Um Sousense Imortal

No dia 10 de Março de 2013, a cidade de Sousa perdeu um dos seus filhos mais ilustres: Paulo de Tasso Benevides Gadelha, ex-deputado estadual, Desembargador Federal emérito, da 5º região de Recife e escritor. Um homem que enquanto viveu, contribuiu para o desenvolvimento político e cultural do Nordeste.

Paulo Gadelha nasceu em Sousa, no Alto Sertão da Paraíba, no dia 19 de Setembro de 1942, era filho do político e industrial, Zé Gadelha. Em 1966, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito da Universidade da Paraíba. Foi deputado estadual de 1975 a 1983, representando o estado da Paraíba, e evidentemente a “cidade sorriso”. Em uma época de ditadura, em nosso país, seu slogan de campanha era o seguinte: Reaja e participe!

Seu trabalho foi tão eficaz, que por seis vezes, ele foi eleito o melhor deputado daquela assembleia, pela bancada da imprensa. Foi um político esforçado e competente, sempre ciente do seu compromisso com o povo e com sua região. Aliás, tudo que fazia, Paulo Gadelha exercia com competência, o que o fez ser respeitado no seu estado e fora dele também.

Atuou ao longo de sua vida profissional na vice-presidência do Instituto de Magistrados de Pernambuco, na presidência da Associação Regional de Juízes Federais, na Diretoria de Assuntos Jurídicos da Associação de Juízes federais e como membro suplente do Conselho de Justiça Federal. Foi uma personalidade marcante em todos os campos, um homem que não estava apenas no mundo, mas com o mundo, atuando constantemente.

Em 2001, Gadelha ingressou no TRF5, através do Quinto Constitucional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e exerceu o cargo de Presidente da Terceira Turma, entre 2003 e 2005, dentre outras funções. E no ano de 2011, ocorreu sua aposentadoria compulsória.

Paulo Gadelha também foi um grande intelectual, e deixou dez livros publicados, que são um verdadeiro legado para Sousa e toda a Paraíba. Um deles, intitulado História Política de Sousa, 1945 a 2004, é uma obra imprescindível a qualquer sousense. O livro narra com fidelidade, a história política da “cidade sorriso”, já que o autor participou ativamente desta história.

O mesmo era ainda membro da Academia Paraibana de Letras, ocupando a cadeira de nº 23, sendo assim, imortal. Tinha títulos de cidadão de Recife e de Pernambuco. Era realmente, um homem consagrado profissionalmente. E quão era sua inteligência!

De acordo com o escritor Guimarães Rosa, um grande homem não morre, encanta-se. Portanto, Paulo Gadelha não morreu, pois sua obra permanece viva nos quatro cantos do Nordeste, da sua cidade e na sua “Casa Grande”.