O QUE TENHO VIVIDO (MINHA CONFISSÃO)

Dentre todas as coisas que tenho vivido, até hoje,

Duvido que, de algumas, não tenha porque não me arrepender.

Porém não carregarei comigo este sentimento:

A R R E P E N D I M E N T O!

Não, eu não devo! Eu não deverei. Eu não devia...

Tudo o que fiz, tudo o que faço, tudo o que farei,

Foi, é, e será exatamente como era para ter acontecido.

E, se por acaso me arrepender, terá sido covardia.

Devo aprender ao invés de me arrepender.

Se eu amei, amei na medida, na quantidade exata.

Era o que, de amor, havia dentro de mim.

Não era para ter amado mais, nem menos.

Dei, e amei naquele momento, tudo o que podia dar.

E amei da mesma maneira: tudo o que podia amar.

Quando detestei alguém, foi com o quanto existia de ódio em mim.

E eu não vou chorar pelo que poderia ter sido – e não foi.

Nem lamentar pelos sonhos que ficaram nas curvas do caminho.

Pelo que não consegui – e deveria ter conseguido;

Pelo que não lutei – e deveria ter lutado;

Pelo abraço que neguei – e não deveria ter negado;

Pelo beijo que não roubei... e deveria ter roubado.

Quando jurei o meu amor, talvez “traindo a mim mesmo”, fui sincero.

Assim como fui, quando, em momentos de ressentimentos,

Destilei sobre alguém, todo o meu veneno.

Mesmo ele sendo puro – e são.

Eu não deveria ter acertado, nem errado mais,

Nem trabalhado mais – ou menos.

Nem morrido de ódio – ou de amor.

As tardes em que vi o sol se pôr, foram as tardes

Em que era para ter visto.

E, se eu andei pesado – ou leve – andei nos momentos

Em que deveria, em que era para ter andado.

As vezes em que eu quase quis, quase fiz, quase cheguei,

Quase me entreguei, quase amei... eram para ter sido apenas QUASE.

E se eu não aceitei algumas pessoas como eram,

Aceitei outras como não conseguiam ser.

Porém, “eu sou eu. Você é você”.

E, se “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”,

Não quero que o acaso ou o ocaso me protejam.

Continuarei trilhando o meu caminho.

Talvez, “como um velho boiadeiro... tocando em frente”.

“Andando devagar por já ter tido pressa”.

“Vivendo e (não) aprendendo” – “navegando nos mares da vida”...

De todas as coisas que tenho vivido:

“Eu apenas queria que você soubesse”.

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 14/05/2007
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