BRASILBÓLIA - O JOELHO DE RONALDO
Nunca como hoje todo o mundo rodopiou
À volta de um joelho mui traumatizado
Tal como o de Ronaldo que já o destinou
Em vagas de ansiedade que o têm fadado.
Cresce, pois, cada dia um misto de incerteza
Contrapondo o seu brio com a vil crueza.
Empreendimentos e entidades envolvidas
Fazem contas à vida e a termos de negócio
Colocando de Ronaldo as pernas investidas
Num máximo de lucro ou de chorudo ócio:
O joelho promissor contraposto à exuberância
E a vã especulação oscilando à distância.
Com bola ou sem bola importa que o craque
Deslize no relvado a imagem da excelência
Mesmo que o desempenho peque por destaque
E o seu cabaz de golos não faça evidência.
É esta a realidade, é esta a conjuntura
Que evidencia o desporto-rei e o assegura.
Sendo assim, na razão mandam as emoções,
Elevam-se as paixões e reinam as apostas,
Pois um joelho ilustre valerá milhões
Se as vontades reais a isso forem expostas.
Nada há que vacilar, que se cuide o Mundial,
Para além de Ronaldo um joelho é crucial.
Em toda a coisa há males que vêm por bem
E há percalços que podem ser determinantes
Não se olvidando haver outros joelhos também
Que certamente poderão ser triunfantes…
Basta que para lá das meras perspectivas
Se faça o jus das coerentes alternativas.
Urge que o Futebol construa bons critérios,
Urge que a economia obtenha proporção
Porque em moral ingénua, prenhe de mistérios,
Há tramas suspeitosas e há contradição.
Onde está da verdade desportiva a fonte?
E para quando o brilho dum claro horizonte?
Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS