Mãezinha, eu te amo!
Sempre me contagiava
a aproximidade do dia
do dia Dela.
Com festejos de alegria
eu a reverenciava
nos presentes que dava
para Ela.
E como eram poucos!
Nada iria bastar
nem se o mundo
eu pudesse comprar...
Nada para apagar
a cicatriz enorme
que deixei para nascer
na sua barriga.
Nem as noites que me ninou
ou o carinho que me cuidou
eu posso mais devolver.
Mães não deveriam morrer!
Ela partiu.
Não fui ao seu velório.
Como aceitar
seus braços inertes?
Como olhar seu rosto
pura matéria se ele era
o semblante mais bonito
que eu gostava de ver?
Não vou ao túmulo
onde dizem que está.
Ela não pode estar lá!
Posso apenas olhar árvores
que ajudou a germinar,
e posso sentir o vento
ou o ar, como fossem
sua carícia.
Uma coisa eu guardo
além de retratos,
a voz Dela!
Ainda hoje a ouvi
quando amanheci
e resolvi escrever
para Ela...
Com poucas palavras
pois se fossem com todas
não caberiam aqui.
Apenas proclamo:
"Mãezinha, eu te amo"!