294 - O CARTA AZUL
Nos anos sessenta eu conheci em Itabira, um tipo diferente dos rapazes do bairro, na verdade ele totalmente diferente dos jovens da cidadezinha do interior.
Ele tinha por aqui alguns parentes distantes, primos talvez. Quase sempre nos finais de ano ele aparecia por estas bandas sempre desfilando, e este termo é bastante correto, para descrever seu andar bamboleante naquela malemolência de um malandro carioca da gema.
Dizia-se que era um detetive de Polícia Civil com trânsito no Exército e Marinha no Estado do Rio de Janeiro no momento prestando serviço de investigação no famoso Complexo penitenciário da Rua Frei Caneca e na Delegacia Invernada de Olaria. Ele poderia parecer com alguém que tivesse qualquer oficio menos policial. Nosso sentimento era que os parentes gostavam de dar uma importância demasiada por que achavam que era importante ter parentes morando no Rio de Janeiro.
Nas últimas vezes que ele apareceu por aqui em Itabira, veio desfilando num Karmann Ghia vermelho com pneus de banda branca o que era uma excentricidade, pois aquele tipo de carro não tinha originalmente pneus de banda branca.
E por falar em coisas fora do senso comum e, ainda me reportando ao Karmann Ghia naquela época um cidadão já de cabelos brancos comprou destes carros para si. Na verdade ele tinha verdadeira paixão pelo rodar com seu vermelhinho e sempre que podia ele ia dar uns bordejos com sua máquina quente no centro da cidade, tivesse ou não alguma compra a efetuar. Nesta época passara no Cine Itabira um filme que retratava a rebeldia dos jovens americanos num filme estrelado pelo ícone James Dean. (Juventude Transviada)
Certa vez o gringo, parou seu carro defronte a Pharmacia Duarte, entrou comprou um remédio, ao sair, uma jovem ao vê-lo entrar no carro foi bastante irreverente ao gritar para que ele ouvisse: Olha lá, o Velhinho Transviado. O senhor de cabelos brancos nunca mais entrou no carro para dirigir, na verdade, preconceitos à parte, o carro não tinha nada a ver com ele e tudo a ver com os filhos e suas lindas filhas.
Mas, voltando ao caso do jovem detetive quando ele estava em Itabira e subia e descia a Rua Santana com seu possante vermelho vinha sempre à baixa velocidade, para poder sentir o clima, que não era necessariamente o ar da montanha, muito menos a brisa do mar que ele tanto gostava. Ele adorava desfilar naquele trecho próximo do Colégio Nossa Senhora das Dores. O certo e que alguns pais abastados, ficavam como se diz “de orelha em pé” tomando conta das suas crias quando “o cara” estava rondando no pedaço. Nas festas e bailes de final de ano, nas formaturas de estudantes do curso de magistério do C.E.M.Z.A (o atual E.E.M.Z.A) e do Colégio Nossa Senhora das Dores, tinha compromissos marcados com até dois anos de antecedência.
De repente parou de vir a Itabira e nunca mais ouvimos falar dele por aqui nas nossas rodas de amigos, por onde anda o “CARTA-AZUL”, o cara vivia perigosamente.
Nos anos sessenta eu conheci em Itabira, um tipo diferente dos rapazes do bairro, na verdade ele totalmente diferente dos jovens da cidadezinha do interior.
Ele tinha por aqui alguns parentes distantes, primos talvez. Quase sempre nos finais de ano ele aparecia por estas bandas sempre desfilando, e este termo é bastante correto, para descrever seu andar bamboleante naquela malemolência de um malandro carioca da gema.
Dizia-se que era um detetive de Polícia Civil com trânsito no Exército e Marinha no Estado do Rio de Janeiro no momento prestando serviço de investigação no famoso Complexo penitenciário da Rua Frei Caneca e na Delegacia Invernada de Olaria. Ele poderia parecer com alguém que tivesse qualquer oficio menos policial. Nosso sentimento era que os parentes gostavam de dar uma importância demasiada por que achavam que era importante ter parentes morando no Rio de Janeiro.
Nas últimas vezes que ele apareceu por aqui em Itabira, veio desfilando num Karmann Ghia vermelho com pneus de banda branca o que era uma excentricidade, pois aquele tipo de carro não tinha originalmente pneus de banda branca.
E por falar em coisas fora do senso comum e, ainda me reportando ao Karmann Ghia naquela época um cidadão já de cabelos brancos comprou destes carros para si. Na verdade ele tinha verdadeira paixão pelo rodar com seu vermelhinho e sempre que podia ele ia dar uns bordejos com sua máquina quente no centro da cidade, tivesse ou não alguma compra a efetuar. Nesta época passara no Cine Itabira um filme que retratava a rebeldia dos jovens americanos num filme estrelado pelo ícone James Dean. (Juventude Transviada)
Certa vez o gringo, parou seu carro defronte a Pharmacia Duarte, entrou comprou um remédio, ao sair, uma jovem ao vê-lo entrar no carro foi bastante irreverente ao gritar para que ele ouvisse: Olha lá, o Velhinho Transviado. O senhor de cabelos brancos nunca mais entrou no carro para dirigir, na verdade, preconceitos à parte, o carro não tinha nada a ver com ele e tudo a ver com os filhos e suas lindas filhas.
Mas, voltando ao caso do jovem detetive quando ele estava em Itabira e subia e descia a Rua Santana com seu possante vermelho vinha sempre à baixa velocidade, para poder sentir o clima, que não era necessariamente o ar da montanha, muito menos a brisa do mar que ele tanto gostava. Ele adorava desfilar naquele trecho próximo do Colégio Nossa Senhora das Dores. O certo e que alguns pais abastados, ficavam como se diz “de orelha em pé” tomando conta das suas crias quando “o cara” estava rondando no pedaço. Nas festas e bailes de final de ano, nas formaturas de estudantes do curso de magistério do C.E.M.Z.A (o atual E.E.M.Z.A) e do Colégio Nossa Senhora das Dores, tinha compromissos marcados com até dois anos de antecedência.
De repente parou de vir a Itabira e nunca mais ouvimos falar dele por aqui nas nossas rodas de amigos, por onde anda o “CARTA-AZUL”, o cara vivia perigosamente.