Minha Mãe

Solo fértil, que Deus escolheu
Pra depositar a semente de vida
Neste solo germinou dezessete
Quatro,foi pro outro lado da vida.

Os treze  que ela viu crescendo
Pediu a Deus que ajudasse
Que mostrasse o melhor caminho
Pra que  todos ela criasse.

Olhando eles  em volta
Pensou... E agora  como  fazer?
Precisava achar o sustento
E não ver nenhum perecer.

Lá na roça onde morava
Bem longe, na beira do mar
Com alfaiate amigo
Num só dia aprendeu a costurar.

A arte da costura escolheu
Trabalhou sem nunca cansar
O barulho da tesoura cortando
Era a nossa  canção de ninar.

Colocar seus filhos na escola
Ah! Era o sonho que ela tinha 
Deixando a vida da roça
Numa canoa, com meu pai ela  vinha.

Na cidade  o trabalho dobrou
Nessa luta fomos crescendo
Passava o dia inteiro na máquina
As costuras, devagar ia fazendo.

Nos educou com sabedoria 
Da maneira que ela sabia
De forma que bem mais tarde
Orgulho de nós sentiria.

Costureira da Rua da Prata
Dedicou sua vida pra nós
Se a doença nos visitava
Ela nunca nos deixava a sós.

Nos deu exemplo de vida
Nos ensinando a trabalhar
O pão na mesa e a escola
Nunca deixou nos faltar.

Noventa e sete anos de vida
Cuidando dos filhos teus
Ficar conosco mais tempo
É isso que pedimos a Deus.

Mulher forte  e guerreira
Trabalhou com dedicação 
Agradece a Deus todo dia
Por ter cumprido sua missão.

Nós filhos, netos, bisnetos e tetranetos
Agradecemos de coração 
Por ter  sido solo bendito
Pra nossa germinação.

Apesar de não te-los, entendi 
Ter muitos filhos não é sina
Ser Mãe é presente de Deus
Pra mim, você é uma heroína.

Parabéns pelo dias das mães 
Pelo seu aniversário também
Que Deus te abençoe e proteja
Por todos os dias, amém.


 

Élia Couto Macêdo
Enviado por Élia Couto Macêdo em 10/05/2014
Reeditado em 12/05/2023
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