Boa lembrança: Dia das mães
Estou aqui esperando um ônibus... Eis que um eco de outrora bate a porta de minhas lembranças.
- Oi filho, está com frio? Perguntou ela com olhar preocupado, mas com um leve sorriso no canto dos lábios.
- Não mãe. Respondi. Mas sim, estava com frio. Só não queria preocupá-la.
Todavia, mesmo assim, não acreditando em minhas palavras, por me conhecer tão bem. E saber que a madrugada seria mais fria ainda que aquele momento. Tirou do guarda-roupa um surrado cobertor de lã e me cobriu.
- Agora sim... está protegido. Com um beijo se despede e me deseja boa noite.
Não foi só esta noite. Algumas vezes eu quase não percebia minha mãe levantando o cobertor caído, aquecendo garrafas com água quente para aquecer meus pés. Não havia preocupação só comigo, era também com todos os meus irmãos. E, poderia ter certeza que enquanto precisasse ela estaria ali, não somente nas noites frias, mas, toda vez que eu realmente precisasse. Isso é uma das coisas no mundo que nos ensina sermos melhores – amor de mãe. Amor que até na bíblia é comparado ao amor que Deus tem por nós, seus filhos.
Se procurarmos em nossas lembranças a exteriorização de um ato de amor manifestado pela mãe, quase todos terão uma história boa para contar – em um repente - de pelo menos um ato afetuoso dela que ecoará por uma vida inteira.
A mãe é capaz de doar sua vida a seu filho. A verdadeira mãe não mede esforços para proteger seu filho amado. Quantas histórias de mães que arriscaram suas vidas para protegerem seus rebentos. E, neste momento, em que o risco é desconsiderado, como um ser dotado de muita força e coragem lançam-se para em um ato de amor concretizar uma das mais lindas formas de amor – conhecido por nós humanos – a capacidade da doação de uma vida para proteger outra.
Façamos uma reflexão nesse dia das mães.... Atribuamos do fundo de nosso coração o reconhecimento ao autêntico Amor Materno. Roguemos a Deus para que suscite em todas as mulheres que disserem sim à maternidade um amor responsável, capaz de ajudar a suprir a necessidade de que nós humanos naturalmente sentimos – sermos amados para aprendermos a amar o próximo, para que assim – quiçá – seja possível vivermos desde já um pouco do Paraíso aqui na terra.
(Marcio J. de Lima)