Prepare seu coração
Foi com esse título que escrevi a respeito de Jair Rodrigues há 6 anos.
"...Jair Rodrigues entra no palco. Bom moço, frequentador assíduo do programa da Hebe, coadjuvante humilde de Elis, sambista de primeira, segunda e todas as feiras. Ajeita a gravata e sorri seu riso solto como só ele sabia...
Entram também Theo de Barros com seus óculos e seu violão, entra uma queixada de boi, dois conjuntos (que é como se dizia na época), violas enluaradas e um misto de desconfiança e incredulidade percorre a platéia. Musica caipira no festival da MPB?
Jair, ingênuo e manso como um boiadeiro, se transforma em outro ser e transmite com toda solenidade a raiva e a energia de um "vaqueiro" revoltado, na melhor interpretação de uma música que alguém já viu ou verá.
"Prepare seu coração prás coisas que eu vou contar..."
A audiência se rende. Ali estava o grito de uma geração, a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar...
Disparada foi adotada de imediato: mocinhas com seus penteados-panetone e óculos "gatinho", estudantes, senhoras vetustas, até mesmo Chico e Nara que fizeram "A Banda" cantar ingênua e lindamente, todos hipnotizados pela força estranha que pairava no ar do teatro...
Vandré, compositor que depois fez "Prá não dizer que não falei das flores" e foi silenciado. Nós, jovens de então que tivemos alguém que gritava, apanhava e às vezes morria por nós, devemos ser gratos.
Nossa esperança era viver num reino sem rei, onde o gado se marca, tange, ferra, engorda e mata mas com gente é diferente..."
E em 2014, é como se tivéssemos voltado no tempo para sermos novamente tratados como gado...
Quem puder investir 5 minutos e pesquisar no Google "Disparada, Jair Rodrigues" para ver ou rever o video, garanto que valerá o tempo e muito mais.
Grande abraço. Leo
Foi com esse título que escrevi a respeito de Jair Rodrigues há 6 anos.
"...Jair Rodrigues entra no palco. Bom moço, frequentador assíduo do programa da Hebe, coadjuvante humilde de Elis, sambista de primeira, segunda e todas as feiras. Ajeita a gravata e sorri seu riso solto como só ele sabia...
Entram também Theo de Barros com seus óculos e seu violão, entra uma queixada de boi, dois conjuntos (que é como se dizia na época), violas enluaradas e um misto de desconfiança e incredulidade percorre a platéia. Musica caipira no festival da MPB?
Jair, ingênuo e manso como um boiadeiro, se transforma em outro ser e transmite com toda solenidade a raiva e a energia de um "vaqueiro" revoltado, na melhor interpretação de uma música que alguém já viu ou verá.
"Prepare seu coração prás coisas que eu vou contar..."
A audiência se rende. Ali estava o grito de uma geração, a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar...
Disparada foi adotada de imediato: mocinhas com seus penteados-panetone e óculos "gatinho", estudantes, senhoras vetustas, até mesmo Chico e Nara que fizeram "A Banda" cantar ingênua e lindamente, todos hipnotizados pela força estranha que pairava no ar do teatro...
Vandré, compositor que depois fez "Prá não dizer que não falei das flores" e foi silenciado. Nós, jovens de então que tivemos alguém que gritava, apanhava e às vezes morria por nós, devemos ser gratos.
Nossa esperança era viver num reino sem rei, onde o gado se marca, tange, ferra, engorda e mata mas com gente é diferente..."
E em 2014, é como se tivéssemos voltado no tempo para sermos novamente tratados como gado...
Quem puder investir 5 minutos e pesquisar no Google "Disparada, Jair Rodrigues" para ver ou rever o video, garanto que valerá o tempo e muito mais.
Grande abraço. Leo