À ESTAÇÃO DA LUZ
Quando, surpreendido, o peito for tomado
Das volúpias que na alma se encerra,
Sem razão de se passar a tal estado
quem na vida e no amor foi magoado
Do desprezo que ao homem vitupera.
Verá repreendido em si a fera
Crerá por Deus ter sido perdoado
Ao ver-se envolvido na quimeras
Das flores que figuram n'aquarela
De rama, flor, borboleta e prado.
Ali, então, menino deslumbrado,
De árcade comoção, de paz sincera,
dirá que o paraíso esperado
Deus ao homem tem-no revelado
E atende pelo nome primavera.