Dedicado a Fernando Naporano
Dia desses, tava eu lá no Cemitério de Automóveis aguardando pra assistir a peça “Clavículas”, uma excelente comédia. Enquanto esperava o inicio, conversava com o Buenas. Estava a fim de levar um cd da Bookstore e como havia uma variedade de títulos, não deu outra, fechei os olhos e o escolhido foi o do Raveonettes. Conversa vai, conversa vem... aparece um cara e começa a falar com o Tarcisio a respeito de um post do Mark Lanegan. Os dois conversaram por algum tempo e esse meu amigo sendo muito educado, diria um cavalheiro, bem, ele é o Buenas, fez as apresentações. Lembranças e emoção se chocaram. Boom!!!! Fernando Naporano estava ali, na minha frente. O vocalista da banda Maria Angélica (!?!?...?!?!) Foi difícil acreditar naquilo e confesso que ainda não acredito. O coração quando menina (devia ter uns 12-13 anos, quando conheci a banda) pode até ter desejado, mas nunca imaginei que um dia estaria próxima e conversando com o Naporano.
O cabelo loiro, ofuscante, já não existe. Lembrei que tinha vontade de tocar (tara minha na época, sabe?). Quando a banda Maria Angélica (não mora mais aqui) aparecia na tv, além do som que é muito bom, passava pela minha cabeça praticar o ato e pegar no cabelo do vocalista (risos).
Sou um pouco tardia, mas impossível não deixar registrado esse acontecimento, afinal, minha filha quase recebeu o nome da banda. Sei que ela não aguenta quando começo a falar no assunto, mas é um fato, seu nome seria Maria Angélica, estava decidido. Não sei o porquê eu mudei.
Pensei que terminaria aquele domingo tristonha. Tinha sido um dia aborrecido. Precisava tomar uma decisão urgente e como prêmio, fui exaltada, conhecendo um ídolo da adolescência. Dei sorte naquele dia. Me senti privilegiada. A Maria Angélica pode não morar mais naquele endereço, mas a banda e todo seu trabalho estão trancafiados a sete chaves na memória que tenho certeza não ser apenas na minha. Agradecida pela simpatia Fernando.