Ao no Exorcist

Os demônios vivem em nossos corações – Ao no Exorcist

Ludibrio-me ao enxergar a Cultura. Cultura do ponto de vista filosófico, a obra, o rastro, a consequência do ser humano. Ultimamente me deliciei ao assistir uma obra adaptada em Anime do Mangaká Kazue Kato. A trama que é denominada como Ao no Exorcist “Ser Exorcista” ou Blue Exorcist “Exorcista azul” se passa por 25 episódios de aproximadamente 20 minutos cada.

Ao no Exorcist conta a história de um mundo dividido em duas dimensões: Assiah – O lar dos humanos; e Gehenna – O lar dos demônios. Conta-se na história que é possível a ligação entre demônios e humanos, tal ligação é exemplificada por amizade entre os tais. Os protagonistas da história são os irmãos Okumura – Rin e Yukio, ambos os filhos de Satã com uma humana. Os dois a priori querem a morte de Satã, porém proteger os seus amigos torna-se bem maior prioridade.

Ao ver a convivência de humanos e demônios como um expectador, mesmo que numa ficção, meditei ainda mais sobre como enxergar a vida. Vendo como Exorcistas (não assassinos) e Demônios – uns inimigos, outros amigos, outros, ainda, servos – propendi a questionar: - Deus me livre de querer perder meus demônios! Claro que não estão da mesma forma que a série animada (física), mas sim mental, um tanto imperceptíveis para alguns, aqueles que me separam da perfeição, porém sendo os meus métodos de alcance dela; os que me fazem errar, que me fazem ser falho, e em alguns instantes até querer mesmo ser falível.

Deus me livre da perfeição! Prefiro estar com meu “sangue de demônio”. É até ele que me faz chegar mais próximo do Criador, é ele que me faz alcançável o espírito livre de Nietzsche, e a alma completa de Lispector. O perfeito se faz inamovível. Estagna. Empaca. Paralisa. Não suporto mesmices!

Pergunto-me: - Quem quereria a perfeição? Quem gostaria de destruir-se de tal forma? Permaneço-me na retórica, prefiro não me salientar a responder. Porque dos tais humanos inespera muito, ou talvez seja muito previsível assim presumir (?) [tédio]... Não quero ambicionar minha passagem ao inferno, já vi muitos sentirem-no, sem ao menos chegar a altivez da arrogância perfeita, tiveram-na da forma que todos conhecem, e do lago de enxofrem assim mesmo provaram. Mais uma vez digo: - Deus me livre!

A vida é o espetáculo do aprender, do aprender a viver com nossos demônios, e fazer a partir deles a salvação. A vida é o devir – já diziam os pré-socráticos. E parafraseava Clarice Lispector: “Mude, seja criativo, experimente coisas novas, troque novamente, mude de novo, experiente outra vez, só o que está morto não muda, a salvação é pelo risco, sem a qual a vida não vale há pena”.

É dessa palavra que me ponho a ladrar. Erro faz-me consciente, o meu cuidado, somente deve ser, não ser consciente demais. Além disso são só meros acasos.

Um texto qualquer...

Leandro Santtos
Enviado por Leandro Santtos em 09/04/2014
Código do texto: T4763106
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