NEGROS GUERREIROS

Morrer como um escravo

da pele retalhada

e de coração inocente

judiado pelo pardo

e pelo filho do coronel exigente.

Deixando sonhos de lado

para trabalhar no campo

no queimar do sol na pele

o suor pagando o salário

dos barões, os brancos.

Acorrentados para não fugirem

sem liberdade, sem direitos

tragar as dores de um preconceito

ao negro que se faz forte

mas é fraco como todo ser que perde o respeito.

Se na alvorada tentarmos fugir

e sermos catados para de volta á senzala

e ter de pagar pelo desrespeito

que em verdade não diz desrespeito à nada

seremos negros aprisionados, mas guerreiros.

O negro tem a sua imagem denegrida

é um beco sem saída da morte

ser escravo de um branco emproado

que não pega nem num machado

para mostrar que é forte.

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 04/04/2014
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