NEGROS GUERREIROS
Morrer como um escravo
da pele retalhada
e de coração inocente
judiado pelo pardo
e pelo filho do coronel exigente.
Deixando sonhos de lado
para trabalhar no campo
no queimar do sol na pele
o suor pagando o salário
dos barões, os brancos.
Acorrentados para não fugirem
sem liberdade, sem direitos
tragar as dores de um preconceito
ao negro que se faz forte
mas é fraco como todo ser que perde o respeito.
Se na alvorada tentarmos fugir
e sermos catados para de volta á senzala
e ter de pagar pelo desrespeito
que em verdade não diz desrespeito à nada
seremos negros aprisionados, mas guerreiros.
O negro tem a sua imagem denegrida
é um beco sem saída da morte
ser escravo de um branco emproado
que não pega nem num machado
para mostrar que é forte.