O POETA PIEDOSO
O poeta Castro Alves é uma das figuras mais amadas
e mais respeitadas entre os nossos escritores.
Ele emprestou sua voz a um movimento extremamente
Importante em sua época, a “libertação dos escravos”
Mario de Andrade um dos críticos de sua obra denominando-a
de “piedosa”, assim se expressou no final: “por ter Castro Alves
dado a sua lira por esta causa me satisfaz, me orgulha e me exalta”.
A piedade da obra deste autor não é alienada, mas concreta
e histórica.
Em o Navio Negreiro o poeta lança seu lamento:
Senhor Deus dos/dos desgraçados/Dizei-me vós Senhor Deus/
Se é loucura ou se é verdade...Tanto horror perante os céus!
Muitos símbolos e imagens bíblicas aparecem em seus poemas
como a figura de Agar, a serva de Abraão e mãe de Ismael
expulsa de casa e abandonada no deserto. Agar torna-se símbolo
do povo africano em seu abandono.
Sua poesia não foi piedosa só por expressar solidariedade pelos
esquecidos, explorados, infelizes, mas também no sentido
de respeito e amor pelas coisas divinas.
Boa parte de sua poesia é salmo de lamentação e hino de
adoração, temperado com alguma esperança de redenção.
Sua poesia sobreviveu à tentação do formalismo vazio ou de jogo
retórico, ela é sentimento que se transforma em Profecia e Oração!
Lendo a revista Ultimato, achei este interessante texto
que fala sobre a obra deste Poeta tão lido e apreciado pela
minha geração, resolvi fazer este resumo para os meus amigos
do Recanto das Letras, espero que gostem.
O autor é Gladir Cabral