Por favor, não vá...
(para uma amiga, mais querida do que uma irmã)
Areias revoltas...
Paz onde estás?
Teu azul olhar... já sinto a chorar
Pânico me corroendo...
posso ver o reflexo do teu dourado,
no deserto,
refletindo ao luar
E no frio da noite, só me resta orar,
controlando meus soluços
que meu peito apertam
e de vermelho o tinge
Não consigo aceitar !
A compreensão me falta.
O que leva o homem ao outro apartar?
Se ao mesmo pai, iremos um dia retornar
e tão somente à ele
contas prestar!
Maldita tragédia humana, nos mutila o espírito
e nossos entes amados nos arranca...
só me resta rezar,
pedindo ao vento irado que a areia levanta,
pra que te encubra num manto de proteção,
ofuscando dos inimigos a visão,
poupando-te de ser a futura vítima ...
eu não suportaria
te ver ampliar esta horrenda lista
que a guerra chama de estatística
Irmã de minh’alma,
Não vá...