É permitido a mulher
É permitido a mulher ter fragilidade de cristal,
Delicadeza de uma rosa,
Ao mesmo tempo ser sagaz,
Ser sexo frágil e guerreira,
Suportar a dor e se desmanchar de amor.
É permitido a mulher o choro e o sorriso,
Em lágrimas desenhar sonhos,
Se doar por novas vidas,
Curar feridas com coração partido,
Dividir, perdoar, estender as mãos.
É permitido a mulher esbanjar meiguice,
Explodir em vaidade,
Estontear com aromas,
Ser princesa, ser rainha,
Mesmo na simplicidade.
É permitido a mulher ser múltipla,
Acumular ocupações,
Ser espia solitária do seu castelo,
Mesmo desmoronado,
Ser ousada em reconstruí-lo.
É permitida a mulher a dádiva da sensibilidade,
O poder das palavras e emoções,
O mistério divino de ser acolhedora,
Dos filhos da humanidade.
Tetê Crispim
08/03/2014