MAJOR NER: UMA LEMBRANÇA COMOVIDA-UM HERÓI...
Após ter terminado o CENTRO DE PREPARAÇÃO DE OFICIAIS DA RESERVA (CPOR),situado até hoje no bairro de Santana,no antigo casarão onde morou José Bonifácio de Andrada e Silva,o patriarca da Independência, em São Paulo, poderia até ou não realizar estágio em algum outro quartel do Exército,para, de Aspirante a Oficial graduar-me-- 1º. Tenente,da arma de Infantaria.Em 1963 houve a formatura solene no estádio coberto do Ibirapuera,com direito à presença de familiares e amigos...Compareceu o comandante do IIo.Exército,cujo nome já esqueci. Ninguém é de ferro.A Revolução de 64 ainda não ocorrera,mas o País era a “Casa de Noca”...
Já cursava a Faculdade de Jornalismo “Cásper Líbero” e exercia a nobre profissão,logo no início da carreira da qual nunca abandonei na vida,até a presente data.Tenho registro no Ministério do Trabalho nessa honrada profissão.
Por volta de 1966 apresentei-me ao MAJOR NER, Comandante da área de recrutamento para tentar galgar o maior posto que um Oficial da Reserva poderia alcançar,em época de paz.Naquela época o Exército General estava em quartel acanhado em São Paulo e não havia sido construído o complexo que é hoje, no Ibirapuera,com todo o comando concentrado do II Exército e da IIa.Região. Hoje impera a modernidade no Exército,principalmente em SAMPA.
Preenchida a ficha com dados pessoais e profissionais, a papelada foi ao então Ministro da Guerra, como era chamado na época que aprovou tudo sem nenhum problema.Mais tarde que o Ministério da Guerra passou a ser Ministério do Exército, o que – a rigor – estava mesmo mais correto!! Nosso Exército sempre procurou a PAZ, não a GUERRA.
Os radicais idiotas –minoria insignificante- em SAMPA faziam torturas,vitimas,perseguições em pessoas que nem sempre mereciam.Deu no que deu. No 4º. RI –era tropa- permanecíamos nos acampamentos com tiros reais de morteiros e armas letais contra inimigos imaginários,numa "guerra" que chamaríamos de “convencional”. Lá não havia torturadores...Nem Oficiais da Reserva se prestavam a isso. Só exercícios táticos nos morros inabitados de Carapicuiba...com a tropa e armamento pesado.
Publicada a convocação, vem em minha casa um telegrama do MAJOR NER para me apresentar... Aí êle me disse que iria para o 4º. Regimento de Infantaria situado em Quitaúna,próximo a cidade de Osasco. Vizinha de SAMPA,até hoje!!
Passados os dias,aguardando e novamente o MAJOR NER me chamou. Mas naquele dia estava indignado,inconformado e eu- ignorante de carteirinha de burocracia militar- não sabia exatamente porquê.
Aí abriu uma pasta cuja capa dizia- sigiloso e reservado.-E disse-me, “olho-no-olho”:
“Eu não poderia mostrar isto aqui para você, mas vou mostrar... O coronel comandante do 4º. RI não quer lá nenhum jornalista. VOCÊ FOI RECUSADO... No entanto, ele manda lá... e eu, é quem escolho aqui.Aqui eu mando e você vai se apresentar amanhã-sem falta- lá em Quitauna”!!!
Disse ao MAJOR NER: “Vou ficar entre dois fogos... estou preocupado”!!
Mais calmo, MAJOR NER adiantou: “Aspirante, você ande direito por lá...
Você vai ser observado...Tenho responsabilidade nessa decisão”.
“Amanhã cedo você se apresente em Quitauna!!!”
Abanei a cabeça e disse que sim,por óbvio,mas fiquei preocupado com essa recusa numa ficha de recrutamento,por ser “jornalista” . O MAJOR NER me vendo ao vivo e a côres...o Comandante de longe vendo uma ficha me rejeitou. Por óbvio,NER sentiu meu caráter...
Tudo mais aconteceu naturalmente em Quitauna. Nem o Coronel comandante que me recebeu- no dia seguinte- sabia o que eu sabia.. Sôbre pastas sigilosas e reservadas-lidas e relidas. No Exército – ao contrário dos civis – quando chega uma pessoa nova na unidade de trabalho em nível de Oficial e Sargento – ele é apresentado a todos os colegas, numa sala que os militares chamam de “cassino”, mas nada de parecido com o que o vulgo entende. “Cassino” é simplesmente uma sala onde se reúnem os militares para apresentações dos que chegam,reuniões,palestras, estratégias e conferências...
Por ironia,do destino – na minha apresentação aos Oficiais- conheci o então 1º. Tenente CARLOS LAMARCA, que já comandava a 2ª. Companhia de Petrechos Pesados do 2º. Batalhão...
Só quando já estava fora do quartel LAMARCA foi promovido a Capitão... Será objeto de outro comentário...
Diversamente dos civis que quando chega alguém novato no emprego,no escritório ou na empresa, parece a todos “bichos de zoológico”...(vagando...) quando não, inicia-se o chamado “bullyng”- uma das coisas mais pervertidas e nefastas do cérebro humano.
Os militares estavam e estão mais avançados do que parece a nossa vã ignorância ideológica-democrática-partidária-estúpida-guerrilheira, burra e sem vergonha!!! Os militares não fazem “bullyng”... Respeito é bom... e a gente acaba gostando.
Quantas vezes ensinei recrutas nordestinos –pobres diabos- a higiene pessoal, a escovar dentes... quantas vezes, como oficial de rancho, deixei soldados voltar na fila do almoço/jantar repetir a marmita,pois, em casa não tinham o que comer. O EXÉRCITO para mim foi e é escola de vida e brasilidade. O nosso EXÉRCITO é pobre e pobre são os militares!! Dignidade e brasilidade não faltam a todos.
Saí com elogio em boletim interno,mas me poupem para não transcrevê-lo. Não por vergonha, mas me poupe o vitupério...
Tudo ficou entre mim e o MAJOR NER- Saí do 4º.RI e nunca mais o vi. Mais tarde passou para a Reserva. Tragicamente morreu num incêndio incontrolável na Volkswagen, onde era o Chefe da Segurança,da gigante alemã. Uma parede enorme desabou e esmagou meu amigo fiel- o herói MAJOR NER. * UM HOMEM QUE ACREDITAVA EM OUTRO HOMEM...
*UM HOMEM QUE ACREDITAVA TAMBÉM EM JORNALISTA...
*UM HOMEM QUE NÃO ME CONHECIA E ACREDITOU EM MIM.
O Coronel que me recusou,ainda ao meu estágio foi removido. Outro Comandante assumiu o Regimento de Infantaria, que tinha um efetivo de aproximadamente 1.500 homens... É pouco ??
O Coronel quando me recusou... estava ainda no quartel o 1º. Tenente- CARLOS LAMARCA..., que depois,quando saí, passou a Capitão!!!
O Coronel não queria um “ jornalista”, mas sem saber tinha um subordinado que acho que vocês conhecem e já ouviram dizer...pelos jornais!
Não precisa repetir seu nome,pois é desertor EXÉRCITO. Está morto.
Bandido para o EXÉRCITO; admirado por alguns...TEM GOSTO PARA TUDO !!!
MAJOR NER não pertence a este Mundo...mas vive no meu coração!
Após ter terminado o CENTRO DE PREPARAÇÃO DE OFICIAIS DA RESERVA (CPOR),situado até hoje no bairro de Santana,no antigo casarão onde morou José Bonifácio de Andrada e Silva,o patriarca da Independência, em São Paulo, poderia até ou não realizar estágio em algum outro quartel do Exército,para, de Aspirante a Oficial graduar-me-- 1º. Tenente,da arma de Infantaria.Em 1963 houve a formatura solene no estádio coberto do Ibirapuera,com direito à presença de familiares e amigos...Compareceu o comandante do IIo.Exército,cujo nome já esqueci. Ninguém é de ferro.A Revolução de 64 ainda não ocorrera,mas o País era a “Casa de Noca”...
Já cursava a Faculdade de Jornalismo “Cásper Líbero” e exercia a nobre profissão,logo no início da carreira da qual nunca abandonei na vida,até a presente data.Tenho registro no Ministério do Trabalho nessa honrada profissão.
Por volta de 1966 apresentei-me ao MAJOR NER, Comandante da área de recrutamento para tentar galgar o maior posto que um Oficial da Reserva poderia alcançar,em época de paz.Naquela época o Exército General estava em quartel acanhado em São Paulo e não havia sido construído o complexo que é hoje, no Ibirapuera,com todo o comando concentrado do II Exército e da IIa.Região. Hoje impera a modernidade no Exército,principalmente em SAMPA.
Preenchida a ficha com dados pessoais e profissionais, a papelada foi ao então Ministro da Guerra, como era chamado na época que aprovou tudo sem nenhum problema.Mais tarde que o Ministério da Guerra passou a ser Ministério do Exército, o que – a rigor – estava mesmo mais correto!! Nosso Exército sempre procurou a PAZ, não a GUERRA.
Os radicais idiotas –minoria insignificante- em SAMPA faziam torturas,vitimas,perseguições em pessoas que nem sempre mereciam.Deu no que deu. No 4º. RI –era tropa- permanecíamos nos acampamentos com tiros reais de morteiros e armas letais contra inimigos imaginários,numa "guerra" que chamaríamos de “convencional”. Lá não havia torturadores...Nem Oficiais da Reserva se prestavam a isso. Só exercícios táticos nos morros inabitados de Carapicuiba...com a tropa e armamento pesado.
Publicada a convocação, vem em minha casa um telegrama do MAJOR NER para me apresentar... Aí êle me disse que iria para o 4º. Regimento de Infantaria situado em Quitaúna,próximo a cidade de Osasco. Vizinha de SAMPA,até hoje!!
Passados os dias,aguardando e novamente o MAJOR NER me chamou. Mas naquele dia estava indignado,inconformado e eu- ignorante de carteirinha de burocracia militar- não sabia exatamente porquê.
Aí abriu uma pasta cuja capa dizia- sigiloso e reservado.-E disse-me, “olho-no-olho”:
“Eu não poderia mostrar isto aqui para você, mas vou mostrar... O coronel comandante do 4º. RI não quer lá nenhum jornalista. VOCÊ FOI RECUSADO... No entanto, ele manda lá... e eu, é quem escolho aqui.Aqui eu mando e você vai se apresentar amanhã-sem falta- lá em Quitauna”!!!
Disse ao MAJOR NER: “Vou ficar entre dois fogos... estou preocupado”!!
Mais calmo, MAJOR NER adiantou: “Aspirante, você ande direito por lá...
Você vai ser observado...Tenho responsabilidade nessa decisão”.
“Amanhã cedo você se apresente em Quitauna!!!”
Abanei a cabeça e disse que sim,por óbvio,mas fiquei preocupado com essa recusa numa ficha de recrutamento,por ser “jornalista” . O MAJOR NER me vendo ao vivo e a côres...o Comandante de longe vendo uma ficha me rejeitou. Por óbvio,NER sentiu meu caráter...
Tudo mais aconteceu naturalmente em Quitauna. Nem o Coronel comandante que me recebeu- no dia seguinte- sabia o que eu sabia.. Sôbre pastas sigilosas e reservadas-lidas e relidas. No Exército – ao contrário dos civis – quando chega uma pessoa nova na unidade de trabalho em nível de Oficial e Sargento – ele é apresentado a todos os colegas, numa sala que os militares chamam de “cassino”, mas nada de parecido com o que o vulgo entende. “Cassino” é simplesmente uma sala onde se reúnem os militares para apresentações dos que chegam,reuniões,palestras, estratégias e conferências...
Por ironia,do destino – na minha apresentação aos Oficiais- conheci o então 1º. Tenente CARLOS LAMARCA, que já comandava a 2ª. Companhia de Petrechos Pesados do 2º. Batalhão...
Só quando já estava fora do quartel LAMARCA foi promovido a Capitão... Será objeto de outro comentário...
Diversamente dos civis que quando chega alguém novato no emprego,no escritório ou na empresa, parece a todos “bichos de zoológico”...(vagando...) quando não, inicia-se o chamado “bullyng”- uma das coisas mais pervertidas e nefastas do cérebro humano.
Os militares estavam e estão mais avançados do que parece a nossa vã ignorância ideológica-democrática-partidária-estúpida-guerrilheira, burra e sem vergonha!!! Os militares não fazem “bullyng”... Respeito é bom... e a gente acaba gostando.
Quantas vezes ensinei recrutas nordestinos –pobres diabos- a higiene pessoal, a escovar dentes... quantas vezes, como oficial de rancho, deixei soldados voltar na fila do almoço/jantar repetir a marmita,pois, em casa não tinham o que comer. O EXÉRCITO para mim foi e é escola de vida e brasilidade. O nosso EXÉRCITO é pobre e pobre são os militares!! Dignidade e brasilidade não faltam a todos.
Saí com elogio em boletim interno,mas me poupem para não transcrevê-lo. Não por vergonha, mas me poupe o vitupério...
Tudo ficou entre mim e o MAJOR NER- Saí do 4º.RI e nunca mais o vi. Mais tarde passou para a Reserva. Tragicamente morreu num incêndio incontrolável na Volkswagen, onde era o Chefe da Segurança,da gigante alemã. Uma parede enorme desabou e esmagou meu amigo fiel- o herói MAJOR NER. * UM HOMEM QUE ACREDITAVA EM OUTRO HOMEM...
*UM HOMEM QUE ACREDITAVA TAMBÉM EM JORNALISTA...
*UM HOMEM QUE NÃO ME CONHECIA E ACREDITOU EM MIM.
O Coronel que me recusou,ainda ao meu estágio foi removido. Outro Comandante assumiu o Regimento de Infantaria, que tinha um efetivo de aproximadamente 1.500 homens... É pouco ??
O Coronel quando me recusou... estava ainda no quartel o 1º. Tenente- CARLOS LAMARCA..., que depois,quando saí, passou a Capitão!!!
O Coronel não queria um “ jornalista”, mas sem saber tinha um subordinado que acho que vocês conhecem e já ouviram dizer...pelos jornais!
Não precisa repetir seu nome,pois é desertor EXÉRCITO. Está morto.
Bandido para o EXÉRCITO; admirado por alguns...TEM GOSTO PARA TUDO !!!
MAJOR NER não pertence a este Mundo...mas vive no meu coração!