ESSAS "NOSSAS" MULHERES MARAVILHOSAS- PELO DIA DA MULHER
As mulheres estão aí, ocupando cada vez mais espaço dentro da sociedade; "invadindo" pacificamente antigos nichos tipicamente masculinos.
Hoje não é mais tão raro vermos mulheres dirigindo ônibus,trabalhando na estiva dos portos, operando máquinas pesadas, ocupando cargos de liderança em grandes empresas.
O que pode parecer uma coisa corriqueira ou natural para alguns, esconde a grande dose de sacrifício que essas mulheres fizeram e fazem para ocupar o seu lugar.
O preconceito escancarado ou velado teve ( e ainda tem ) de ser enfrentado, confrontado e superado por aquelas que deram os primeiros passos nessa direção.
Hoje milhares de mulheres são dioturnamente agredidas, espancadas, estupradas, vítimas de seus próprios companheiros, familiares ou de terceiros.
As mulheres ainda tem de lutar contra o estigma de que são objetos sexuais, indo mesmo contra outras mulheres que se utilizam desse preconceito para fazer fama e obter lucro imediato, o que confere ao nosso belo país a aura de "paraíso do prazer" em terras estrangeiras.
Fazer turismo no Brasil é comprar a esperança de grandes aventuras sexuais com belas e fogosas mulheres, imagem difundida lá fora até mesmo por brasileiros, através de filmes, músicas e espetáculos onde a sensualidade é marca registrada.
Infelizmente algumas mulheres não se dão conta disso, esquecendo que não expõe apenas a si mesmas, mas também a todas as nossas mulheres quando se comportam de forma, no mínimo imprudente para venderem seus shows.
Como se não bastassem os hits de "homens" que só falam em pegação e sexo fácil.
Mas falemos das mulheres que compôe a maioria de nossa sociedade.
Mulheres são diferentes dos homens, são, via de regra, mais afetivas e preocupadas com a família.
Para chegarem onde chegaram, independente de sua posição social, tiveram de romper as próprias barreiras emocionais, tiveram de abrir mão de muitas coisas, muitas vezes do próprio papel de ser mãe.
Os conflitos internos só podem ser claramente avaliados por aquelas que passaram por esse processo.
Há mulheres que simplesmente sublimaram o instinto materno, abrindo mão da maternidade em busca de uma carreira e ascenção social.
Outras, após anos de batalha, trabalhando fora em busca de uma "qualidade de vida" mais tarde percebem que os anos passaram e que o tempo que não passaram com seus filhos, não foi compensado com as vantagens materias que lhes proporcionaram, como roupas de grife, brinquedos caros, boas escolas e etc.
Quando finalmente se aposentam ou deixam de trabalhar fora, sentem-se verdadeiras estranhas dentro de seu núcleo familiar, com um certo
sentimento de culpa que as faz acabarem como reféns das vontades de sua prole. Continuam a tentar compensar a sua ausência com os presentes ou favores "exigidos"por seus filhos.
Não estou dizendo que a mulher não pode ou não deve trabalhar fora, que não pode desejar uma carreira ou a aquisição de bens materias.
Esse é um direito que, por certo, adquiriram por sua própria capacidade.
A questão primordial é:
Onde encontra-se a tênue linha do equilíbrio entre a "vida dupla" que ela é obrigada a levar.
Vale realmente a pena abraçar alongadas jornadas de trabalho em detrimento do convívio familiar?
Claro que há aquelas mulheres que não tem opção, trabalham em dois empregos por serem as únicas provedoras em suas casas.
Por outro lado há aquelas que buscam apenas a realização pessoal em detrimento das relações familiares.
Neste centenário da luta pelos direitos da mulher, muito há para se comemorar no que diz respeito à evolução de sua autoestima, à descoberta de suas potencialidades e capacidades, durante muito tempo postas em dúvida pela sociedade dominada pelos homens.
Muito há ainda que se lutar, muitas barreiras há para serem rompidas.
A mulher, muito mais do que os homens, estão sujeitas à ditadura das modas e da estética. Raramente encontramos mulheres que não gostariam de ser mais magras, mais altas, mais baixas, mais gordas, mais claras, mais bronzeados, ter os cabelos lisos, ter os cabelos menos lisos, ter olhos azuis, não ter olhos azuis e por aí afora.
A criação do "monstro da estética" , do padrão de beleza, levam a população feminina a uma constante busca para se adequarem a tais padrões.
Luta ainda maior é a travada pelas mulheres negras que tem de multiplicar seus esforços, primeiro para alcançarem a mesma aceitação de suas pares caucasianas para que, só a partir daí, possam iniciar a luta para "equipararem-se" aos homens.
Enfim, que as mulheres são guerreiras não se pode negar; que, apesar dos pesares tem conquistado o seu espaço é inegável.
Homenagear às mulheres neste dia 8 de março, chega a ser quase que obrigatório a todos os poetas e escritores além de aos outros homens em geral.
Cada um rende suas homenagens, mais do que justas, ao seu modo, cada qual no seu próprio estilo e dentro de sua visão, mais ou menos superficial sobre ou assunto.
No entanto este não é um dia qualquer onde um buquê de rosas possa encobrir todo um painel semi-oculto por detrás das decorações festivas.
Esta é uma data para reflexão sobre o papel da mulher, suas perdas e ganhos ao longo desta longa caminhada em busca de seus direitos.
Meus parabéns sinceros a todas as mulheres, de todos os credos, de todas as raças, de todas as opções sexuais, que formam este lindo exército sem o qual o mundo seria mensos humano.
Parabéns às empresárias, às operárias, às profissionais liberais e às donas de casa e mães por, cada uma à sua maneira, contribuirem para o que consideram uma sociedade melhor.
beijinhos carinhosos a todas
Jorge Linhaça