LUCIANA FAUBER, BEM VINDA A MAIORIDADE
 
 
Ser pai é um privilégio dado por Deus, o mais bacana dessa dádiva é que você não tem como escolher qual filho você quer, como ele deve ser, se perfeito ou não, inteligente ou não, apenas tem que aceitar aquele que vier e amá-lo sem nenhuma condição. Posso afirmar sem medo de errar que todo pai e mãe têm um cuidado especial quando o filho ainda está em crescimento, digamos quando ele ainda não atingiu a maioridade, nós os pais sempre damos uma atenção maior para educá-lo e encaminhá-lo pelos caminhos da vida. Assim é a teoria, eu estou em falta com essa teoria, mas graças a Deus a filha n. 4 acaba de completar os 18 anos, minha pequena agora maior que eu, Luciana Fauber.
 
Luciana nasceu em Manaus, no ano de 1996, era uma época difícil de muito trabalho e pouco dinheiro, vivíamos bem, mas havia me comprometido em ajudar um ex amigo que muito me tomava o tempo, saía cedo e voltava tarde essa era minha rotina. Com poucos meses de vida foi vítima de uma infecção intestinal que por pouco não veio a óbito, ainda trago na mente o seu semblante de desfalecimento no colo da mãe, vi e senti a morte de perto, mas eu não poderia deixar transparecer meu desespero, a tomei em meus braços e ficamos juntos por horas, enquanto eu colocava em sua boca uma pequena colher com soro, após algum tempo ela reagiu, dormimos ali mesmo, sentado no sofá, já pela madrugada a coloquei na sua cama ao lado da mãe e ela amanheceu bem, graças a Deus.
 
Deus restabeleceu sua saúde e daquele momento em diante tudo parecia estar bem, até novamente aparecer uma dor que a incomodava, todos os dias por volta das 17 horas, ela começava a chorar, e a cada momento aumentava, não houve médico que resolvesse, até meio que por acidente descobrimos que o sintoma de dor e choro desaparecia quando andávamos de carro, isso mesmo, curamos essa “doença” com passeio de carro. Todos os dias por volta de 16h30 eu chegava, ela no colo da mãe e fazíamos um tour pela cidade, após uma semana foi diminuindo até parar definitivamente. Mais uma barreira foi transposta, conseguimos, esses foram dois momentos que lutamos por ela, eu e sua mãe que não media esforços para ver a filha feliz.
 
Quando comecei a viajar para Brasília para resolver alguns negócios a pequena Luciana vinha comigo, amava viajar e me acompanhar, durante o dia resolvíamos os trabalhos e à noite passeávamos e assistíamos TV, temos algumas fotografias dessa época, no aeroporto, nos jardins do Pontão da Lago Sul, por onde íamos ela sempre era notada, um pouquinho acima do peso, carinhosa, era minha companheira, tinha uma facilidade para fazer amigos e ainda hoje cativa muitos por onde anda, o que nos deixa felizes, talvez a sua forma mansa e pacífica de falar, muito calma, e nunca crítica qualquer pessoa, sempre corre de confusão, é do tipo que prega a paz até para os inimigos. Se bem que quando com raiva não foge a regra, mesmo assim costuma se fechar e nada falar, esse é seu jeito.
 
Esse ano, após terminar o ensino médio, Lulu fez o vestibular e passou na UNB para o curso de Letras, não quis seguir os irmãos, preferiu e recebeu meu apoio a seguir outro caminho, ela mesma se disse muito jovem para fazer o curso de direito o que concordo, quem sabe mais na frente, mas ela é quem decide, sua vida deverá ser vivida por ela e não pelos pais, esperamos apenas que ela seja feliz, mesmo porque profissão alguma é sinônimo de felicidade, já conheci gente que nunca sentou no banco de escola e é feliz e conheço outros que têm formação mas nem dorme de infeliz que é. Peço e espero em Deus que a pequena Lulu possa ser feliz estando onde estiver. Lulu, ontem, eu estava viajando, não podia escrever nada, mas hoje não podia deixar passar, agora com teus 18 anos completos você tem mais responsabilidades, mas aqui no peito você jamais deixará de ser aquele lindo bebê que Deus presenteou a mim e sua mãe, que Deus te proteja eternamente.