Homenagem a uma poetisa mineira

Vem de antes do sol

A luz que em tua pupila me desenha.

Aceito amar-me assim

Refletida no olhar com que me vês.

O sonho encheu a noite, extravasou pro meu dia, encheu minha vida, e é dele que eu vou viver. Porque sonho não morre.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.

ADÉLIA PRADO

Autentica como toda mulher deve ser...

Adélia Prado
Enviado por xodózinha em 26/02/2014
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