OURO PRETO
Minha Pátria querida
Eu sou o teu coração
Batendo descompassado
De tanto amor e emoção!
Sou música, sou arte
Sou a natural pintura
Levo o estandarte sagrado
Da mais sublime escultura!
Em minhas entranhas carrego
Ouro, prata e pedrarias
Sou a riqueza da Pátria
Sou a ingênua alegria...
Do mineiro hospitaleiro
Quando tira o chapéu
Curvando-se em reverência
Em respeito ao Pai do Céu!
Sou a mata ainda virgem
Nunca por ninguem trilhada
Sou a noite de lua cheia
Pelo rio apaixonada!
Sou o carvoeiro empoeirado
Que a muito perdeu a côr
Mas que quando olha o céu
Sabe o tamanho do amor!
Sou as austeras igrejas
As matrizes, catedrais
Tenho a beleza do talhe
Herdado dos ancestrais!
Sou a Marília de Dirceu
Cantada por Tomáz Gonzaga
Sou o próprio Tiradentes
Da sofrida Inconfidência!
Tenho ternura e carinho
Sou a mágica Ouro Preto
Criada de paixão e de sonho
Pelas mãos do Aleijadinho!