TORRES DE PAPEL/ TRAPEZISTA (iii)
.... v. é nós shushullinha...
Ontem eu devolvi à terra
uma semente já arvorezinha.
Enquanto meu olhar perdia-se
na funda cova,
entre as ramagens verdes dos cedros,
as nuvens esvoaçavam e brincavam aos meus olhos calcinados.
Enquanto deitava-se à terra aquela semente,
eu pranteava a minha saudade,
e via a altivez e o mistério das árvores que me acenavam,
como se a vida me estivesse a dizer:
- veja, eu sou trapezista,
eu sou assim,
breves são as espirais de fumaça do
meu tempo.
Os que pensam que me bebem,
não o sabem,
eu é que os trago,
eu com meus vermes, minhas pompas,
minha graça.
Então, também chorei por mim!
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