ESSÊNCIA ( HOMENAGEM PÓSTUMA AO POETA BARUC)
Não ser dono de nada
Deixa-me uma pessoa livre
Sabendo-me de mim
Sei quantas noites me separam
Da alvorada que espera meu coração;
Olho agora o tempo
Estirado em meu pulso
E posso agora lhe dizer:
Perdoa-me por ter sido um mau escravo...
Ah, este espelho que chamamos “vida”
Ao refletir nos mostra em pedaços
Mas não inteiros nas feridas
E olhando para dentro de mim
A maior culpa que ainda tenho
É que na ilusão de obter a paz
Cultivei a guerra como verdade
Subtraindo em mim todo amor reluzido
Que pensei estivesse no sossego
Mas estava nas asas humanas da vaidade
Transformando o menino em homem
E nessa solidão medonha
Reina o silêncio... O temível silêncio
Sem infinitos... Sem portas...
***
Texto de autoria do poeta Constantino Grigório Baruc (1958 - 13/01/2013)
Enviado para Recanto das Letras
E publicado sob n° T3805019,
Em 30/07/2012