Ao herói campesino
No passo da peonagem
Eu faço a minha romagem
pelo meu velho sertão
Trazendo dentro do peito
O verdadeiro conceito
Do nosso velho rincão
Desse meu sertão querido
Eu vou cantando a gemido
Do caboclo agricultor
Esse rebento matuto
Que é visto como bruto
Explorando o seu labor
Na mais pesada labuta
O sertanejo disputa
A vida com mais respeito
Sem temer ao sentimento
O sertanejo portento
Vai cantando satisfeito
No seu convívio modesto
Ergue o sertanejo lesto
A clava da abolição
Num debate sem temor
O nosso herói agricultor
Proclama a libertação
Não teme a luta ferrenha
O sertanejo da brenha
Sempre fôra um paladino
Na mais tremenda disputa
Não se curva na labuta
Do seu labor campesino
Não dispõe de clavinote
Não briga de piparote
Quando quer se libertar
Mostra a clava verdadeira
A picareta brejeira
Que aprendera a manejar
No seu trabalho estupendo
O sertanejo pudendo
Não foge a grande labuta
porque seu maior pendor
É ser bom trabalhador
É ser portento na luta
Na quentura do nordeste
O meu sertanejo agreste
Canta a vida proletária
Sentindo grande consterno
Pedindo terra ao governo
Pra nossa reforma agrária.