Homenagem ao escritor Du Pavani - Véio China
Para o grande escritor que escolheu chamar-se de Véio China,
Du Pavani...é para você...com minha eterna gratidão.
Hoje vai ser assim, eu vou arrancar as cascas, retirar as máscaras e escancarar coisas que sinto profundamente na alma, coisas que minha natural sutilidade, profunda sensibilidade, apenas se abre a minha retina como uma cortina densa que derrama-se em frente a janela de minha vida.
Vejo as pessoas por dentro e isto é uma sina, um "que" que me encabula, mesmo quando acostumada estou a ver as entranhas das pessoas, de suas atitudes e almas escancaradas nas linhas.
E não pensem vocês que só vejo entranhas externas, já que minhas próprias entranhas são meu caminho mais habitual, mais até que meus dias de sol e vinho ou dos dias em que tento criar arte, minha arte vem de dentro! dalgum ponto donde perco-me de meus lírios plantados em minhas cercas, e até de meus profundos abismos, só ali me sinto eu, quieta, morna, e dentro de casa...
Pois quando estou fora de mim, assim lá fora, bem longe...é tão sem eco e tão frio que agasalho-me neste riso abestalhado, que mais me pinta de palhaça, do que do mar que vive em mim.
Mas não era de mim que eu queria falar, eu queria falar doutra joia, de uma joia abençoada, pela vida, pelos anos e pela maior de todas as graças, foi abençoado pelos anjos dos verbos! e este anjo derramou nele argumentos impossíveis, tantos versos, tantos risos, tanta alma e tanto amor, ai o Deus da ironia emocionou-se quando ele nasceu e doou a sua alma, pimenta, amargor e azedumes, isso te aparece ruim? não te iludas! pois o que parece nefasto na verdade é tempero! é o gosto justo e exato de um escritor gigante e imenso novelo.
Faz tudo ficar perfeito, ele escreve sobre a alma, como quem tantas almas tem, ele muda de corpo assim, bem fácil, como ninguém...acho até que a poesia quando soube deste seu renascer teve ciúmes dele e decidiu ir lhe ver , beijou-lhe assim os olhos, e lhe passou a emoção, assim, este escritor é um louco coração.
Uma ríspida palavra, um arco de arco-íres, vários riscos de aviões, trovôes, raios insanidades e brisas, raios, doçuras e profunda imensidão. A linha dele não finda, só pára, quando exausto desiste de sua sina, assina o poema ou conto e levanta-se para viver. Mas não se iludam leitores! jamais imagine-o lido...já que ele sempre volta ao filho já parido, e ao útero o devolve, é um mágico da palavra! e com tamanha facilidade, recria, re-gesta, re-páre...e renascendo infinitamente, ele se faz " Véio" sendo ainda adolescente, e nos ri com um riso pseudo bobo de um escritor tanto cândido, como insano e puramente verbo, se desfaz e refaz em tantos, inclusive um indecente louco.
A ele, eu só assisto, e aplaudo como leitora! pois de seus textos sou ávida viciada, na cadência de seu criar, pois quando o leio saio de mim, entro com ele nas histórias...e ai amigos, nem sei se sou eu, é um emaranhado de coisas, acho que se pudesse descrevê-lo como objeto, seria certamente um tobogã...posto que ele me leva por supremos sobes e desces e assim eu fico, rio, sorrio muito!, choro, suspiro e gargalho e por fim, quase sempre calo...e até de aplaudir eu me privo, não posso apagar o som que ouço, já que sua palavra brada e ecoa ainda em mim, nestes instantes pós viagem, então, é assim escritor! Apenas aguardo a justiça! para que lhe faça juz, pois a um escritor deste nível nada mais seria justo que um livro, grosso e denso do qual ele se orgulha-se! e não só para ele, juro que não, nem nisto pensei eu, quero um livro é para mim, egoisticamente pensando, pois agarrada as suas paginas, eu estaria sempre, viajando...Obrigada amigo, de verdade e com todo respeito é um privilegio lê-lo.
Márcia Poesia de Sá. - janeiro de 2014