O PARÁGRAFO COM A ARTE POÉTICA
DE ANTONIO ZUMAIA
Sensibilidade, lirismo, cadencia, ritmo, entonação singular, caracterizam a poesia do poeta e trovador portugues Antonio Zumaia, como expressão pura e legítima da alma lusitana. Em seu livro ÁGUA...VIDA (1), transborda a tradição viva da poesia e da trova portuguesa nos cantares melódicos de seus versos. A nossa homenagem e à alma lusa da qual também comungamos com as nossas tradições, abaixo transcrevendo alguns de seus cantos:
FADO...alma portuguesa
Fado...que sempre serás fado,
no pulsar da alma Lusitana...
Pois ele...a todos nós irmana,
destino de há muito traçado.
É quando geme uma guitarra,
não anda longe a saudade,
são lágrimas em melodia;
destino traçado seria,
nessa dor, que na realidade,
ao triste fado...nos agarra.
É quando geme uma guitarra,
aqui, neste nosso cantinho,
há que matar essa saudade,
encarar a triste verdade,
com um copo do nosso vinho:
quando nossa alma se desgarra....
.
......................
LISBOA
Triste fado minha sina,
a dor, no meu coração:
ver a cidade menina,
desfazer-se em ilusão.
Já ao longe a Madragoa,
numa guitarra a trinar.
Sete colinas,Lisboa
cidade para sonhar...
Os seus bairros que são vida,
nesta tão grande cidade;
desfilam pela avenida,
com beleza e vaidade...
Com o Tejo à sua beira,
teu eterno namorado...
Beijam-se ali na Ribeira
e depois, canta-se o fado...
Triste fado minha sina,
foi ter que te abandonar,
minha cidade ladina,
nunca deixei de te amar.
A saudade é Portuguesa,
é na guitarra que soa...
Gaiata que tens beleza,
minha cidade...Lisboa.
(1) ZUMAIA, Antonio. Água...Vida. Poesia. pp.92/1. Lisboa, Editorial Minerva, 2006
Leia Zumaia e ouça a voz do fado em Portugal:
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