Fotografia de © Ana Ferreira
 


PASSAGEIRO

Somos passageiros
do trem chamado vida...
Da alma o tempo é carcereiro,
martirizador da última réstia de emoção,
tornando-a gasta e cansada,
até que, como folha de outono,
a faz cair, de encontro ao frio chão…
 

Quando o passageiro já não sente
o vento que o fazia continuar,
sabe que a viagem tem de terminar.

Não lhe resta mais nada.
Nada lhe há de pertencer,
além da doce memória
de um alegre amanhecer.

 

Dentro de ti havia ainda um infinito espaço para sonhar,
mas hoje, passageiro,  fizeste a mala e partiste.
Sei que dentro dela apenas irás levar os teus momentos felizes.
Até sempre, querido amigo Ovídio.



 
Ana Flor do Lácio
 
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 20/12/2013
Reeditado em 28/12/2013
Código do texto: T4619522
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.