Limpeza no coração
Titulo sugestivo para mim neste momento, que passo por uma faze da vida, com sentimentos aflorados e tristes, talvez um pouco cabisbaixo, devido a perda da esposa há dois meses e 17 dias e da filha há 26 dias.
Convivemos casados 43 anos quatro meses e 25 dias, fora o tempo de namoro de mais ou menos dois anos e a minha filha Juliana com 36 anos de vida, a qual deixou esposo e dois filhos.
Neste caso não é possível limpar o coração conforme sugere a proposta abaixo descrita. Nestes últimos meses parei de escrever, dando suporte as mesmas, com viagens, procurando os recursos disponíveis, tanto material como espiritual.
Hoje me suscitou a idéia de oferecer-lhes este artigo, pois o que resta é somente homenageá-las, reverenciando suas qualidades como esposa, mães, filha, avó, mestras, equilíbrios e dentre muitas mais qualidades, amantes das flores, da natureza e do belo.
Homenageá-las com a melhora de sentimentos positivistas, reflorindo o belo interno, expondo as verdadeiras qualidades de duas guerreiras. Vejo como meu dever, pois elas que amavam a Vida e se sentiam completas ao propiciar Vida as suas proles e ao próximo, antes mesmo que do para elas mesmas.
A seguir passo aos queridos leitores “Limpeza do Coração”, uma compilação do Jornal Diário da Região de São Jose do Rio Preto/SP, como segue:
Não espere a virada do ano para jogar fora comportamentos desnecessários e sentimentos que não servem mais. Faça uma “faxina emocional”
O fim de ano, período “oficial” para limpezas energéticas, ainda não chegou. Mas não é preciso esperar a passagem para 2014 para jogar fora o que não serve mais. E isso não se refere apenas ao acúmulo de objetos, papéis ou roupas.
É tudo. Inclui resolver sentimentos não superados, situações pendentes que ainda incomodam e colocar em prática o que está atrasado ou é sempre adiado. Essas ações práticas ajudam a reorganizar a vida e colocá-la em movimento pleno, sem pausas ou solavancos.
O que acontece é que as pessoas, muitas vezes, não sabem estabelecer prioridades, afirma a psicoterapeuta cognitivo-comportamental Ana Cristina Penteado Lopes, mas ao influenciadas pelas prioridades sociais. Com isso, deixam de lado os questionamentos de suas próprias necessidades.
Também são muito manipuladas pelo que veem na televisão ou escutam de outras pessoas, com exemplos sem referências e que não priorizam valores verdadeiros. “As pessoas fixam em algo e não conseguem perceber que precisamos manter uma boa saúde mental, física e emocional para viver”, diz a terapeuta Bruna Polsinelli.
O apego ao que é desnecessário impulsiona a criação de uma bola de neve de obstáculos que vão se acumulando de tal forma que resulta no adoecimento. Os indivíduos ficam deprimidos, ansiosos, frustrados, angustiados e com autoestima baixa, não se sentindo capazes.
“Impede que coisas novas entrem, dando uma nova cor à vida e ao mundo onde se vive. Pode causar prejuízo financeiro. Em alguns casos, as pessoas também têm dificuldade em falar ‘não’, tomando para si mais atividades do que teriam condições de realizar”, conta a psicoterapeuta Ana Cristina.
O resultado disso tudo, além do inevitável comprometimento da saúde mental e física, é a paralisação da continuidade da vida. A sensação é que ficam ‘patinando’ em um mesmo lugar, ou porque não conseguem caminhar para frente, sentindo-se presos, ou porque não sentem seguranças em si mesmas para iniciativas que levam adiante.
Para a psicoterapeuta Ana Cristina, esse impedimento emocional não dá espaço para a criação de novos processos necessários para que a vida seja contínua e plena. “A pessoa tem a crença de que aquelas coisas antigas, guardadas, têm uma importância fictícia e, na tentativa de mantê-las por uma falsa segurança, desperdiçam sua vida, seu tempo e espaço. Temos de estar abertos para o novo, abrir espaço para ele”, reforça.
O desequilíbrio emocional pode ser percebido em questões mal resolvidas, como brigas familiares ou amigos de longa data que cortaram as relações. Discussões mais acaloradas por motivos banais são as mais comuns, mas acabam provocando “furos” nas pessoas envolvidas, seja a médio ou em longo prazo.
A faxina emocional é importante para colocar os pontos nos “is”, não somente resolvendo definitivamente situações, mas aliviando sentimentos. “A faxina é importante para passarmos fases na vida e aprendermos a reagir frente aos novos acontecimentos, criando novos comportamentos”, diz Ana Cristina.
Cada indivíduo descobrirá o momento em que seu corpo já está cheio e que chegou a hora de respirar um novo ar. A psicoterapeuta cognitivo-comportamental Ana Cristina sugere que algumas perguntas sejam feitas a si mesmo, pois as respostas podem indicar as reais necessidades pessoais.
Entre os questionamentos estão: “Por que estou assim?”, “Quando comecei com essa sensação/sentimento?”, “Onde eu estava?”, No que esse sentimento/pensamento pode me ajudar?“, “Existe alguma outra maneira de ver essa mesma situação?”, “Por que ainda mantenho-me preso(a) a essa lembrança/pessoa/situação que já passou?”.
“Dificilmente questionamos nossas crenças, o porquê de fazermos certas coisas e porque nos sentimos de determinada maneira. Essa faxina será feita quando algum sentimento ou pensamento que nos incomoda aparecer, fazendo essas perguntas simples para o que se sente”, orienta a psicoterapeuta.
HORA CERTA DE MUDAR
Para a terapeuta holística Bruna Polsinelli, é preciso começa a repensar a forma de viver. Refletir sobre a vida ajuda a diminuir a necessidade dessas faxinas emocionais, melhorando o modo de sentir, ver e ouvir o que acontece ao redor.
Aproveitar momentos pequenos e simples, por exemplo, podem ser um caminho de renovar as energias naturalmente, eliminando pensamentos ruins, reorganizando ideias para colocá-las em prática e tomar decisões. Pode ser durante um banho mais demorado no chuveiro. É fundamental dar um empurrãozinho do que está emperrado.
Buscar o diálogo também é um caminho para solucionar pendências, perdoar, ser perdoado, colocar um fio em lembranças remoídas, dor, sofrimento, raiva, dúvidas e o que estiver mal resolvido. É realizar uma verdadeira limpeza no coração.
A busca pelo autoconhecimento e a consciência de viver com opções mais saudáveis, contudo, não é conquistada por todos, sendo necessária a ajuda especializada.
Entre as dicas para melhorar e manter bem o emocional, a terapeuta holística também cita algumas experimentações que podem ser importantes.
“Para manter ou melhorar seu emocional, podemos fazer contato com a natureza, fazer caminhadas, adotar uma alimentação adequada, praticar ioga e meditação e buscar alternativas holísticas. Mas, com gravidade, profissionais adequados devem ser procurados para o problema manifestado”, destaca.
Elen Valereto
Diário da Região
São José do Rio Preto/SP