Merda

Hoje alguém me perguntou o que mais marcou a minha trajetória na faculdade. Logo me veio à cabeça, não era o quê, mas quem! Ademaro Mollo, por quem eu chamava de Grande Professor. Me deu uma saudade gostosa, recheada de lembranças maravilhosas.

No começo o achava meio ranzinza, e em algumas vezes meio bruto. Mas não demorou muito para que eu me apaixonasse, como muitos outros colegas. Por uma pessoa generosa, admirável, que se orgulhava de passar seu conhecimento, de uma forma muito simples e pura.

Me ensinou a buscar a simplicidade e que às vezes o momento de parar se torna tão importante quanto o começo. Que um “Merda!” ou “Puta que pariu! você acha mesmo que isso tá bom?”, pode ser uma critica construtiva. Um incentivo a buscar o teu melhor, aperfeiçoando tua forma de expressar.

E muito mais que arquitetura, me ensinou a ver solução onde a caos, que a vida nos prega peças e que temos que tirar proveito destas. Que com um sorriso, um abraço apertado, um café (além do cigarrinho dele) e um amigo do lado, as ideias clareiam, você pensa melhor e não perde a esperança.

Tenho só a agradecer, pelos ensinamentos sobre arquitetura, pela visão simples de liberdade e da vida. Pelas broncas, elogios, conversas, discussões, conselhos, implicâncias, sorrisos, cafés...

Por ter marcado não só a minha vida, mas de muita gente que o admira como profissional e como pessoa.

Às vezes palavras não definem nem pessoas, nem sentimentos. Mas pelo menos tentamos. O amor era grande, como a capacidade dele em nos mostrar o amor e nos fazer crescer.

Simplesmente Ele era BOM!!!

Saudades sempre, com muita alegria!!!