Dança da vida
As mãos tocam a argila,
Buscando a forma com precisão,
A torre em barro que não vacila,
É feita a dedo e a coração;
Pega da faca, do papel, do prumo,
Recria o homem e o seu rumo,
Contemporâneo vai se erguendo,
Sopro de vida vai se movendo;
Gira a ciranda da areia mole,
Amolecendo a dura forma,
E de mãos dadas o barro bole,
Dançam em torno da sua norma;
O artesão torna-se a obra,
Acaricia, torneia e sente,
Como no altar o joelho dobra,
Sendo a verdade, fazendo gente;
Em uma prece com ferramentas,
Retoca os traços que enfim avista,
E amanhece sol e tormenta,
A vida acorda nas mãos do artista.
Para meu amigo de CEU (Casa do estudante), que fez esse lindo trabalho em argila para seu curso de Artes visuais. Bravo, Marcos.