Passagem

Existe um capítulo que excede ao calendário humano, um ciclo que não está escrito no vocábulo. Está na relação atualizante, seja no ciclo coletivo, seja no ciclo individual, entre um contexto abstrato e um lapso de memória que escapa a anomalia humana do capital.

Num momento que pertence ao pretérito, o vento mudou o rumo. Rumou rejeitando o natal para anunciar a simplicidade de uma geração. Uma voz interior murmurava a nova direção e rejeitava os embargos íntimos. O mito se desloca coletivamente na busca pelos entes próximos, para preparar o ritmo da entrada. Um olhar, um sopro, um aroma, um toque, uma melodia e a alma se entrega a ternura.

Foi assim que meu Protetor adentrou ao portal da nova vida.

• Homenagem pelo desencarne de meu Pai.