SONHO PARA NIDA ZANARELLA

SONHO PARA NIDA ZANARELLA

No relógio são três da manhã,

“Encolhe o máximo possível”,

“Virá tatu bola numa coraça”,

“Da para ele bater a sua bunda...”.

A cena é nítida em minha mente

Minha tia com longos cabelos

Negros chegando à cintura

Dick, o cão fox, me cheirando

Meu tio escutando um choro

“André de sapato novo”, eu acho

Ambos dão risada, pois sou assim

Elétrico como a flauta às vezes

E serio como o sax noutras.

Mas minha tia sorri e como sorri...

Dá-me um bibelô no formato de foca.

Chama-me de pequeno veterinário

Que na minha dislexia é “fedelinálio”.

Acordado escutando o som da cidade,

Minha mente vaga para momentos:

Roupinhas para recém-nascido;

Cães de monte pela casa;

Uma vez ela falou que era a sargenta;

Minha mãe uma bonequinha de outro tempo.

Quando falei que ir ser veterinário:

“Você devia ser meu filho, enfim!”

Nunca entendi esse enfim...

Saudades da tia sargenta, mandona.

Do pastel de palmito que jamais comerei

Dos conselhos que eu apenas ouvi.

No sonho ela ria e estava feliz.

Tinha sons de flautas e sax, talvez um bandolim.

Acordo com um seja forte e um beijo na face

Adeus...

André Zanarella 13-11-2013 03h15min

Ontem minha tia regressou para a espiritualidade

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 14/11/2013
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