O MEU COLÉGIO= SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
O meu colégio “SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS”
Ele continua lá, soberbo, altaneiro, imenso ocupando o lugar de destaque, num quarteirão inteiro, e transmitindo por intermédio do seu corpo docente, tudo o que um aluno procura saber, para sedimentar seu currículo escolar.
Foi há décadas, nos meus cinco anos de idade, que alegre e feliz fui para o meu JARDIM DE INFÂNCIA, como na época era chamado.
Logo em seguida passei para o primeiro ano primário.
Ainda guardo na memória, quando a minha primeira professora Irmã Erotides, e nós naquela inocência dos seis anos, fechávamos todas as janelas, pois ela com um papagaio de pano na mão, recomendava que não deixássemos ele fugir.
Veio depois o período do ginásio, de primeira a quara série.
Já estudávamos o latim, a partir da 2ª série, que foi sabiamente ministrada pela irmã Ludjera, profunda conhecedora da língua do Lácio, e até hoje não esqueci a declinação do QUI, QUAE, QUOD, um dos alicerces para a nossa língua portuguesa.
Ainda pareço sentir o aroma que exalava da cosinha do colégio, aquele cheirinho típico de uma boa comida, que aguçava nosso apetite, fazendo-nos devorar nossa merenda, carinhosamente preparada em casa.
O espírito de religiosidade que era transmitido preenchia com tamanha segurança a nossa alma infantil e adolescente, que a História Sagrada, indicada pelo colégio, fazia parte do nosso livro de cabeceira.
A disciplina escolar era respeitosamente acatada, pois contávamos com notas de comportamento e aplicação que asseguravam nossas classificações mensais e assim não esqueço da nossa Diretora Irmã Benvarda, que com seu apito, anunciava que a hora do silêncio havia chegado.
Hoje considero hilárias nossas aulas de ginástica com aqueles calções pretos, enormes que iam até nossos joelhos, não impedindo que nos exames finais pudéssemos correr e saltar de varas.
Recordo-me, também, do Sr.Ângelo na época para mim um vovô, que consertava carteiras, polia móveis, encarregado de todo o serviço de carpintaria, ocupando uma casa de madeira, na saída dos fundos do colégio.
Como era bucólica a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, numa das alamedas plantadas com ciprestes, quando mensalmente íamos rezar e que saudade quando conseguia pegar discretamente aqueles saborosos moranguinhos, plantados na orla do caminho.
E o inesquecível dia de minha primeira comunhão!
Já com nosso acentuado espírito de religiosidade, nós as neo-comungantes, entrávamos na nave do colégio, acompanhando os dois anjos, tão angelicamente vestidos, e como em sonho, tínhamos a doce impressão de estarmos a caminho do céu.
Assim era o meu saudoso e inesquecível COLÉGIO CORAÇÃO DE JESUS, em Florianópolis das Irmãs da Divina Providência, que guiando e orientando meus primeiros passos, na vida escolar, ocupa até hoje, aquele lugar sagrado em meu coração.
Curitiba, abril/2007
Texto da autora: Inserido no livro Quando florescem os Cafezais
Dinah Lunardelli Salomon