A Fernando Tanajura Menezes e Carlos Eduardo L. Castilho

meu eterno agradecimento , primeiros incentivadores

no campo da literatura! Isto aconteceu em 2002!

Letras & Poemas - Maria Thereza Neves

Fernando Tanajura Menezes

Ela pinta e borda. Outros talvez digam que ela toca sete instrumentos. Pinta, sim, com seus pincéis e suas tintas em telas, que depois de trabalhadas, viram jóias para o nosso regalo. Toca os instrumentos também e, com esse ato, nos enleva a outro plano para conforto do nosso espírito. E o bordado? Ah, é desse talento que eu quero falar. Não é um bordado com agulha e linha em tecidos e sim com palavras em doces sentimentos e em forma de poesia. Maria Thereza Neves é uma artista da palavra e sabe usá-la, mesmo quando desdiz com muita ênfase: “Ah! se minhas mãos soubessem escrever!/se soubessem desenhar todas as letras/exclamar entre vígulas e pontos/se soubessem da minha fome de palavras sentidas/rimando poesias!”

Quando TT, como assim gosta de assinar suas mensagens sempre positivas, me convidou para escrever a apresentação deste conjunto de belíssimos poemas, senti o peso da responsabilidade nos ombros. Como apresentar uma artista de tamanha envergadura? Sugeri-lhe fazer alguma coisa juntos, coisa que ela se negou terminantemente ao me escever: “desejo a sua verdade, o seu sentir”. Preferi, então me ater em alguns dos seus poemas que mais me tocam e que, certamente, atingirá o leitor no âmago de sua alma. Destarte, me peguei lendo: “mágoas/não escrevo” [in pelo caminho]. Animei-me logo em reler tantos poemas, os quais já conhecia, procurando desvendar mais o mundo e o pensamento dessa querida artista. Segui seus versos nessa jornada para descobrir seus segredos enquanto lia: “depois do vidro da janela/do vento, da aquarela/faço poesia/por vontade, desejo ou fantasia” [in depois do vidro da janela]. Seria só isso que a poeta queria escrever? Achoque não, pois, em seguida, leio-a reafirmando: “gravar o tempo/retratar o momento/escrevendo, pintando o teto do mundo”[in Nesta Noite].

O universo de Maria Thereza é vasto e infinito, e se espalha muito além “do vidro da janela”. Ela mesma afirma com seus versos: “na arte do instinto/expressando sentimentos humanos/utilizando cores patéticas/dando forma ao amor/ao ciúme,/ao medo,/à solidão,/à miséria humana,/à prostituição” [in Nesta Noite]. Assim ela explora todas as formas de se comunicar em versos, rimados ou não, metrificados ou simplesmente livres como seu pensamento, e entra em desespero quando isso parece difícil: “Meus ouvidos não mais suportam a ausência da minha voz.../Minhas mãos endurecem porque não recebem mais imagens pra pintar...” [in Minha Alma Dói]. Contudo, esse desespero logo é anulado, ou milhões de vertentes se alargam na longa e bela prosa poética “20 Minutos de Mãos Vazias”. Ela se contradiz para o nosso deleite, pois é aí que a sua escrita se enriquece e cresce. Os vinte minutos, na verdade, é uma eternidade, é uma vida inteira. As mãos de nada estão vazias, e sim cheias de imagens simples do nosso quotidiano. As questões useiras pululam sem pontuação em sua mente e ela, sabiamente, transmite para o leitor: “Puxa... como é difícil escrever quando milhões de idéias/ borbulham e ao mesmo tempo ter paciência para/desenhar cada letra para compor uma simples palavra???”. Nessa multidão de idéias ela se solta sem medo de se perder. Ela tem toda a segurança por onde pisa e sabe que o reencontro é certo: “Porque quando me perco pelo mundo é/maravilhoso me encontrar novamente. Fico satisfeita e transbordo de/felicidade. É um reencontro constante, um se/ conhecer que se aprimora, um mergulhar pra dentro e um reconhecer/da nossa infinita capacidade de criação”. Para no final concluir que “As mão se enchem, o coração se abre, as idéias florescem... E os personagens voltam” [in 20 Minutos de Mãos Vazias...], se firmando assim, sem a menor dúvida, como uma forte voz na Poesia Brasileira Contemporânea.

Assim Maria Thereza Neves, com seus bordados de palavras, canta o amor, protesta a desigualdade social, denuncia os acomodados, acalenta os carentes de sossego, conforta os deseperados, alerta para necessidade de agir, regozija o Amor e, sobretudo, celebra a VIDA.

A leitura deste buquê de poemas é um banquete para o leitor que, no final, será o grande ganhador deste mimo — uma verdadeira celebração da palavra e da poesia.

New York, setembro 2002.

Fernando Tanajura Menezes

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Letras & Poemas - Maria Thereza Neves

Carlos Eduardo Lombardi Castilho

Tentativa de dar forma à nobreza das artes...

Pelas mãos de Maria Thereza eu viajei pela mais louca estrada da vida!

A música tinha forma, era quase palpável, voava por entre janelas, corria por escadarias, viajava pelos bosques de nossos sonhos.

As teclas de um piano são pincéis! A partitura, uma paleta; os sons, as imagens de sua cabeça.

Mulher indomável, incógnita infinita; com letras, agora, reescreve a vida. E fá-lo de jeito indelével, as vezes com letras miúdas, apertadas, as vezes, com letras garrafais, gigantes, espelhos de sua natureza.

Ousei brincar com a imaginação dela; luta titânica, eu jogando um pouco de emoção no papel branco, nele sulcando um pouco da minha vida e ela, regurgitando coisas de todas as formas... ah, o dom da criação, ah, que prazer ver sua concreção.

Ousada ao extremo, valente, soberba... letra, agora, pinta as cores e os sons da vida.

Nos esbofeteia com coisas fortes, nos acaricia com seu dom, que sorte!

Ela não se contenta com pouco, e nesse afã nos enobrece com muito de sua arte.

Eis-me aqui, inutilmente tentando, desvendar aos olhos dos incautos, a nesga de emoção que se encontrará em cada uma das palavras deste livro.

Inutilidade! Leiam, releiam – as releituras nos mostram fendas aonde não vimos nada – e absorvam tudo que puderem desta maravilhosa artista que hora se nos desvenda em letras.

Um caminho sem volta... marcas de nossas vidas com certeza ressuscitarão para nossa retrospectiva.

Eis Maria Thereza, guerreira das artes... um amor em e de pessoa.

Presidente Venceslau - SP - 02 de setembro de 2002

Carlos Eduardo Lombardi Castilho

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Aos AMIGOS !

Ao longo do tempo, neste caminhar virtual,

ousadamente acabei me embrenhando num campo não meu.

No campo da Poesia, Poemas, letrinhas!

O meu campo real é o das Artes Plásticas!

Dentro deste meu arroubo, petulância talvez ...

fui espalhando,

soprando ao vento o meu escrever que chegava em muitas janelas...

e muitas portas se abriram.

Participei de várias listas de Poetas, me sentia constrangida,

mesmo assim abria a minha alma e jogava letras no papel ...

no virtual,no real, nas listas.

Evidentemente isto só aconteceu pelo empurrão de letrados

que acreditaram nesta minha nova faceta.

De repente, uma grande cobrança!

Um livro!!!

Difícil decisão!

O empurrão fatal, decisivo veio do meu Amigo, Irmão virtual , ....

Poeta,Carlos Eduardo Castilho Lombardi

que escreveu sobre minhas Letras & Poemas ...

de uma forma bem diferente,

com tantas afirmações de como sou, de como me vê ....

assustei, mas me vi em muitas coisas que disse, nem todas.

Ele é , e sempre será um grande amigo, irmão.

Obrigado Carlos Eduardo Castilho Lombardi,

você foi a alavanca que me empurrou nesta jornada....

no acontecer deste livro.

Mais uma grande surpresa !!!!

Uma felicidade indescritível !!!!

O grande POETA, Fernando Tanajura Menezes ....

fazendo a apresentação deste meu livrinho.

Analisando a obra, falando do meu criar ...

não creio merecer toda esta profundidade,esta importacia.

Muito obrigado Fernando, Amigo, POETA!

De tudo que falaram os dois POETAS ,

das palavras que me surpreenderam tanto ...

uma coisa é muito verdadeira dentro do todo ...

eu já havia pintado, escrito sobre isto :

Um sonho que se foi...

Um dia meus dedos conseguiram colocar sons nas teclas de um piano...

Enchi minha alma de música...

Enchi a vida de música...

Enchi a música de cores...

A brisa me tocou...

A brisa soprou...

A brisa virou vento

O vento aumentou...

As teclas voaram...

Tentei de todas as formas agarrar cada uma, cada som...

Não houve jeito, elas fugiram, esvaíram, sumiram no azul do céu...

O sonho se foi...

O piano apagou, espatifou...

a música ficou.

Hoje complemento, ficou a música e as cores na palheta da vida !

As letrinhas aconteceram ao acaso, talvez substuindo as teclas de um piano.

Para concretizar , realizar tudo isto, que passou a ser um novo sonho ...

eu precisava de uma capa, de formatadores, de entendidos neste meu

obscuro,capenga caminho!

E elas apareceram,ADILIA MONTEIRO AGUIAR OYA e Ângela Maria Crespo!

A grande amizade que me cerca, não tem tamanho na net:) ....

não existe forma de descrever, de pintar!

Juiz de Fora, 4 de setembro de 2002

Maria Thereza Neves

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 24/10/2013
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