A Jacques Brel
Dê o ar da graça meu bem
Faça minha existência mais doce
Apareça em minha janela
Dê o ar da graça meu bem
Meu monstro da dicção
Mon a mour!
Dê o ar da tua melancolia
Dê o ar da graça,
Atravesse a rua!
Dê ao ar da graça
Teu mistério, tua dor
Tua mais dolorosa agonia
Dê o ar da graça,
Me traga teu amor
Tão declarante, derramante.
Dê o ar da graça,
Seja meu amante,
Minha carne pulsante
Dê o ar da tua melodia
A melodia mais tétrica,
Teu artístico choro
Prefiro tua melodia
Maravilhosamente tétrica
Do que hoje, nos palcos, tantos
Gritos
Tantas vozes patéticas!