AOS MESTRES
Um tropel de informações
invade e atravessa o mundo.
Sábios escavam e investigam
hipóteses até o cansaço mental,
profetas advertem e asseguram
como em febre, de todos os lados.
Tentam surpreender com uma luz
súbita que alargue as mentes.
Assim a humanidade segue,
instigada e estocada
por clamores que arrombem
a intransponível abóbada
erigida pelos que pensam ajudar.
Eis a esterilidade de ajudas vãs,
as quais cansam e não ensinam.
Muros são erguidos
atrás de frases eruditas,
estranhas expressões
a que os verdadeiros mestres,
longe de professar ideias,
interrogam e querem respostas.
Destina-se o saber, então,
apenas aos iniciados?
Há que se erguer a faculdade
de entendimentos a desafortunados?
Tal qual embriagados,
bêbados ouvintes de cátedras
são afastados da clara estrada,
desalentados, tolhidos
por caminhos incertos.
Pelo farol do mestre,
é possível enxergar o saber em cada homem
e que a erudição não é sua principal entrada.
Jesus tirou seus discípulos da singeleza,
mostrando-lhes que não precisavam debater-se
para encontrar o ensinamento,
nem que o caminho de aprender fosse árduo de seguir.
Se assim fosse, inútil seria toda a sabedoria.
Assim são os mestres,
verdadeiros canais que alargam o cientificismo gratuito,
iluminam o caminho restrito com setas indicativas,
sem se prenderem a partículas.
Orientam aproveitando a ciência,
indispensável para analogias,
facilitando a apreensão dela abstendo-se de ensinamentos complicados.
Conduzindo o discípulo a atingir o bem excelso e nobre,
que já traz como dádiva Divina e que o mestre facilita-lhe
o aclaramento, como tutor,
lente que é.
Dalva Molina Mansano
14.10.13
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