QUE DEUS A TENHA, MANA QUERIDA
 




           Parece que foi ontem, mas há quase um ano, faltando apenas dois dias, você nos deixou fisicamente, apenas é claro. Você deixou conosco seu positivismo, seu jeito forte de encarar a vida ainda que por dentro estivesse às vezes, sentindo-se fraca diante às adversidades que se apresentavam, sem deixar transparecer para aqueles mais próximos, que estava triste, desapontada... Havia sempre uma palavra de estímulo, incentivo, coragem, havia sempre uma maneira de mostrar-nos que enquanto há vida a esperança existirá, bastando para isso, que não desanimássemos ante as desilusões, decepções nos diversos setores da vida.

          Ainda que sentisse medo diante de algo que não conhecia, se estivesse com algum de nós, demonstrava coragem, destemor, dizendo que tudo daria certo, que o dia de amanhã seria diferente e que quando despertássemos veríamos que tinha acontecido apenas um pesadelo.

         Você era tudo o que se espera de um ser humano, especialmente por ser nossa mana, amada o que há de ser sempre. Você, mana, só mudou-se para um andar superior e um dia nos encontraremos para recordar tantas coisas, que o tempo em que ficarmos juntas será pouco, para tanto,   que teremos para   recordar..

          Que saudade, mana! Daqueles teus abraços nos quais sentíamos tua alma, nos transmitindo teu calor, aqueles abraços, ainda que fossem tão constantes, parecia que fazia um tempão que não nos encontrávamos... Ah! Mana, que saudade de quando me telefonavas perguntando se eu iria ali contigo, mesmo sem me dizer aonde e eu sempre atendi com o maior prazer só para que estivéssemos mais tempo juntas! Saudades, de quando eu ligava e tu respondias assim: “DIGA MANA QUERIDA!” De quando, em muitas ligações o que era constante, era assim que tu dizias :” MANA, MANA, TUDO, TUDO?” e quando eu me arrumava mais um pouco para sairmos, tua maneira de elogiar era assim: Hum! "TODA, TODA LINDA!"  Ninguém mais me falará assim e eu sinto uma saudade tão grande, que por mais que tente, não consigo evitar que grossas lágrimas me banhem o rosto e para não sofrer, tento lembrar-me de algumas canções que tu tanto gostavas e até gravou algumas para mim, do Chico Buarque, Caetano Veloso a quem chamavas de (CAÊ,) do Gilberto Gil, Milton Nascimento, Nana, Tom, Ivan Lins, Betânia, Djavan, João Bosco e tantos outros, que amanhece o dia e ainda estamos ali, como se juntas outra vez a cantarolar, enquanto o meu sono não chega.

         E enquanto meu sono não chega mana querida, e sempre amada LUCELI, vou tentando não chorar e em pensamento, conversando com você, mesmo sem saber se de onde estás poderá me ouvir.

         E enquanto escrevo, elevo aos céus uma prece, especialmente a de” SÃO FRANCISCO DE ASSIS”, pois não me esqueço que sempre foi uma das orações mais recitadas por você, enquanto neste planeta.
          QUE DEUS A TENHA, MANA QUERIDA.