PABLO NERUDA

PABLO NERUDA - V

Não te quero senão porque te quero,

e de querer-te a não te querer chego,

e de esperar-te quando não te espero,

passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,

Odeio-te sem fim e odiando te rogo,

e a medida do meu amor viajante,

é não te ver e amar-te,

como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,

seu raio cruel meu coração inteiro,

roubando-me a chave do sossego,

nesta história só eu me morro,

e morrerei de amor porque te quero,

porque te quero amor,

a sangue e fogo.

TAMBÉM EU – (INTERAÇÂO – usando as mesmas palavras, basicamente)

Também assim de tanto querer-te,

o não te querer, chega-se a mim,

senão por que te quero e a ti espero,

passa do frio ao fogo o meu coração.

Porque a ti te quero; quero somente a ti,

Sem fim, odeio-te, ao tempo que te rogo,

e o meu amor viajante mede-se,

pela cegueira, de não te ver,

e ainda assim, amar-te.

Tal vez a luz de janeiro, em raio cruel,

Consumirá por inteiro, meu coração,

E a chave do sossego, vem roubar-me,

e só eu me morro nesta dita história,

Porque te quero, e de amor morrerei,

De amor morrerei, por ti,

Por a ti querer a sangue e fogo.

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 18/09/2013
Reeditado em 18/02/2014
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