Parabéns, Jacutinga! - 112 anos

Jacutinga, se não existisse, tinha de ser inventada - não por acaso figura de cenário no meu primeiro romance policial, Imitando GEENA, e sediará uma peculiar loja de antiguidades no vindouro O Antiquário.

Possui algumas características únicas como as que tem todas as cidades tidas como "pequenas", mas é maior do que qualquer definição que lhe possa ser dada - como podem afirmar várias pessoas que, não sendo nativas daqui, sabem separar o joio do trigo e não raramente são pegas dizendo "Só em Jacutinga mesmo!".

Mais cedo ou mais tarde, algum cientista, filósofo ou religioso vai provar para o mundo que a pacata Jacutinga, no sul de Minas Gerais, é o umbigo da Galáxia, e tudo gira ao seu redor.

Habitada por seres fantásticos, cujas histórias e feitos só perdem em grandeza para a própria cidade (praticamente uma entidade viva), Jacutinga é a Esfinge que desafia: "Decifra-me ou devoro-te".

E devora mesmo, já se perdeu a conta dos que foram mastigados e engolidos impiedosamente por não tê-la respeitado. E, assim como a Esfinge, a cidade permanece imponente acima das picuinhas daqueles que querem se valer do seu nome em benefício próprio sem ao menos honrá-lo.

Com cento e doze anos de idade, aos meus olhos ainda é uma criança com muito pela frente, bem longe de ser aquela cidade precária que alguns insistem em pintar.

Acolhedora, não são poucos os seus filhos adotivos, tratados com igualdade desde que a respeitem. Serve de referência para suas "irmãs" mais próximas, e acaba sendo por vezes mais valorizada pelos que vem dessas localidades do que pelos próprios filhos - jacutinguenses nativos.

Jacutinga, eu te amo! Feliz Aniversário!

Betaldi
Enviado por Betaldi em 16/09/2013
Código do texto: T4483498
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