As Quatro Estações de Michael
Existe um lugar onde as quatro estações se encontram.
Interagem.
Encantam-se mutuamente.
Na profundidade do nosso ego criativo.
Tão longínqua instância, que os menos ousados não desejam alcançar.
Temem o que podem (e certamente irão) encontrar.
E como irão lidar com esta porção de si mesmos.
Experimentar este mergulho faz parte do artista.
Em sua mais pura natureza.
Ir e voltar, sem hora marcada. Sem descanso.
Encontrar as sementes de sua obra, tomar posse delas.
Plantar.
Colher.
Perder-se na dor.
Ganhar com a dor.
Enriquecer o plantio com os ganhos, com as perdas.
Reconhecer a melhor colheita.
Quando seguir e quando pausar.
Quando e quanto esperar.
O encontro de forças materiais e espirituais, promovido por uma permissão divina, é algo em que acredito fortemente.
A arte, assim como nós mesmos, contém a definição de milagre.
Ao cair de uma árvore, a folha que é capturada no ar traz o ainda tenro embrião da ideia. O coração do desejo é tocado.
Embalado e alimentado com amor e cuidado, é capaz de gerar o mais lindo florescer, diante do rosto iluminado de alegria.
Brilha vibrante o sol da poesia.
Toda sorte de poesia. Das palavras e da melodia.
À luz da harmonia, a humanidade pode evoluir mais um passo.
Pode mais, até.
Empurrar e remover todo o gelo que há entre nós.
Descontrair o rosto rígido do inverno.
E caminhar em direção ao outro.
Abraçar, aquecer, amparar.
Como todos os elementos do outono, primavera, verão e inverno que se encontram e desfrutam, com alegria, de seus valores.
Diversos. Complementares. Necessários.
Eles residem em cada um de nós.
Nossa vida teria um brilho mais intenso, se, antes de tudo, fizéssemos as pazes com tudo o que somos.
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Baseado em trechos extraídos das sessões de depoimentos de Michael Jackson, em 1993, quando respondeu a uma acusação de plágio na cidade do México.
Em meio a todas as respostas do interrogatório, Michael me encanta com algumas respostas para questões específicas da música, usando lindas metáforas, lirismo e paixão.