Prefácio de Ana Stoppa para "Lúcido" de Claudio Poeta
Ao receber o convite para
prefaciar esta obra senti-me extremamente honrada.
Isto porque Claudio Poeta escreve como poucos.
Conheci seus textos no Recanto das Letras, e nas redes
sociais.
No primeiro contato com os poemas
pude sentir a fé, a alegria e a esperança passear de mãos
dadas nos textos muito bons de se ler.
Ao término de cada leitura as
mensagens do poeta em prosa ou verso emanando o
gosto pela vida, o alto astral e a sabedoria pedem releitura,
fazem bem para a alma, iluminam o caminhar.
Do talento, da generosidade e da visão
humanística do poeta nasce a obra “Lúcido” inspirada
em Darci Lourenço Góes.
A entrega total do autor se descortina
na medida em que se faz a leitura de " Lúcido " .
Na escrita bem elaborada Claudio resgata
os medos até despachá-los à seara da inutilidade,
abre mão dos receios, mostra que veio para definitivamente
ficar no cenário literário brasileiro e quiçá por
outras paragens.
A mutação constante rumo a perfeição,
a conexão com os movimentos, as cores, os sentimentos, a
natureza e o místico permeiam a obra de imperdível leitura.
Ao escrever sobre a beleza da chuva e da
transformação de sua visão após mais de 30 anos
vividos em meio ao agito e o cinza do concreto da cidade
grande onde nasceu, o poeta olha para dentro de si,
quando descobre a beleza em tudo o que adorna
o universo.
A sensibilidade ganha asas, condensa
as ideias, nascem os versos, as crônicas e as
mensagens tão necessárias para que o leitor
abrace “ Lúcido” como quem abraça o mais terno
dos presentes.
Todos os elementos estão se amando, cita ao final da
crônica escrita aos 09 de janeiro de 2013.
O ar, as chuvas, o verde, o mar, as montanhas,
as estrelas, o cosmos, a energia que confere movimento,
aromas, cores, alegria e paz diante dos olhos
sentimentos compartilhados pelo poeta, reservado
para aqueles que se dispõem a olhar para os céus, para o cenário maravilhoso
emprestado pelo Criador para trilhar o breve existir
pautando os dias no valor das coisas simples,
na alegria e na harmonia universal.
E neste amor universal
compreendemos na leitura a importância da obra
de Claudio.
Em Captada por todos, a sensibilidade do poeta tece com a
inspiração tão preciosa como fios de ouro versos para
o mar, como não amar?
No prazeroso contato com a obra, na crônica de 17 de
janeiro escrita para comemorar os 26 meses de
vivência na sagrada Bahia, Itacaré, surge tal
qual Fênix na mitologia grega, o renascer para a vida,
a plenitude da libertação, o pacto com a paz, a alegria e
o bem viver, o descarte das inutilidades materiais que
pesam sobre os ombros da humanidade.
“Chega um ponto em que a dor é tanta que passa
a não doer”,13 de fevereiro, nesta crônica o poeta
nos revela outro viés na escrita quando fala dos
animais de estimação, da solidariedade diante do
sofrimento de Bob ,da morte de Estrela, do
apego e das dores diante da perda, para no
epílogo conduzi-los a condição de anjos.
O resgate dos valores humanos, a liberdade do Homem,
a chamada em altos brados para que cada semelhante
desperte, viva, seja feliz e torne-se ator da própria
existência faz da página escritas aos 05 de março
releitura obrigatória.
O mundo carece de pessoas como Claudio,
que através da escrita esbanja solidariedade, amor
ao próximo e o chamamento urgente para que todos
possam viver em paz à partir da valorização da vida
em si, da simplicidade e do livre arbítrio.
“ Sou sustentado pelo encantado. Alimento a alma
com sabedoria e a imensa ternura que encontro na
natureza”, Claudio Poeta, 09 de março de 2013.
Esta é a síntese da grandiosidade de “Lúcido”.
Encantada com a leitura, tocada pelas
mensagens, feliz pela oportunidade, convido os
leitores para incursionar em “Lúcido”, uma das viagens
mais inesquecíveis que se pode permitir à sensibilidade,
ao amor, à paz e à sabedoria - sentimentos essenciais
para se trilhar com alegria a trajetória determinada
pelo Criador.
Ana Stoppa