Nelson da Rabeca
Marechal Deodoro, é uma das mais antigas cidades alagoanas, ao lado de Penedo e Porto Calvo, foi sede da comarca e a primeira capital de Alagoas. O município destaca-se pela imponência do legado paisagístico, histórico e turístico. Nas ruas pode-se apreciar características da arquitetura barroca nos conjuntos de monumentos públicos, religiosos e casarios. Localiza-se numa posição geográfica privilegiada, é banhada por laguna e mar. No povoado da Massagueira, na Ilha de Santa Rita, pode-se saborear as melhores peixadas e pratos de camarão à base do leite de coco, siri de coral, caranguejo cevado e carapeba frita. Completando a refeição, cocadas de variados sabores, suspiros de clara de ovos.
Visito, por curiosidade, o acolhedor Bar e Restaurante Rebeca, localizado na área da piscina do Hotel Ponta Verde Praia do Francês. O nome do restaurante é uma justa e reconhecida homenagem ao símbolo da arte deodorense de hoje, Nelson da Rabeca. Estava tomando cerveja e contemplando o mar azul-turquesa da Praia do Francês. O maior cartão-postal de Marechal. Assim chamado porque funcionava no local o Porto do Francês, onde os corsários franceses levavam pau-brasil para a Europa. Observo as rabecas esculpidas pelo músico, decorando o ambiente.
Nelson dos Santos, rabequista, acordeonista, músico e compositor. Nascido em Joaquim Gomes, no dia 12 de março de 1929, se fez deodorense por opção. Ali, casou-se com dona Benedita, teve dez filhos, despertou para os sons musicais e transformou-se em Nelson da Rabeca, conhecido internacionalmente como um dos instrumentistas espontâneos mais admirados pelos conhecedores dos ritmos de raiz.
Tudo começou quando o lavrador, assistindo na televisão do vizinho, se encantou com a apresentação de um violonista. Seu Nelson foi na mata, cortou a madeira, deixou secar e quando secou, fez a rabeca. Na roça começou a testar madeiras, procurando extrair delas sons que se assemelhassem aos que ouvira sair do violino. Nunca aprendeu a ler, mas, nesse exercício diário, educou a audição.