AO MEU PAI

Hoje o dia amanheceu assim diferente,

Um sol com nuvens reticentes

Anunciando um não sei quê...

Lembranças de ti acordam comigo.

Nossos risos, nossas graças,

Nossos almoços, nossas pirraças,

As músicas que cantarolavas

Nas manhãs dos nossos domingos.

Os almoços que com carinho preparavas

Para alegrar-nos e nos deliciarmos com o teu capricho.

E, o mais importante de tudo,

O saber que estavas sempre ali

Com teu colo, disposto, amigo...

E a saudade me atropela.

Tento fugir, ocupar a mente,

Ater-me aos afazeres

Mas me pego despencando nos braços dela.

Ô, saudade!

Tente ser menos doída!

Sabes que não cicatrizou ainda a ferida,

E num dia como esse ela se abre, jorra

E dói de verdade!

Santarém, 11 de Agosto de 2013

(Ao meu pai, que partiu para o Plano espiritual em 25 de Janeiro de 2013)

Érica Cinara Santos
Enviado por Érica Cinara Santos em 11/08/2013
Reeditado em 12/08/2013
Código do texto: T4429203
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