PAI...
HOMENAGEM AOS PAIS
ESCRITO POR CLEMILZA MARIA NEVES DE OLIVEIRA
Pai...
Minha esposa esta grávida de nove meses, mais alguns dias e nosso pequeno chega ao mundo.
Sinceramente não sei expressar o que senti quando o médico nos deu a noticia.
O músculo de minha boca fez um movimento involuntário, como a expressar um sorriso, ou uma surpresa e alegria!
Olhei automaticamente para o lado esquerdo que minha esposa estava sentada e senti orgulho de vê-la ali desconsertada e feliz.
Quando saímos do consultório queríamos dá a noticia para toda a família e os amigos ao mesmo tempo.
Entramos no carro fomos para casa e fizemos muitos planos juntos até quase o dia amanhecer...
Os dias passaram céleres, até que em uma manhã meu celular tocou, era ela minha esposa, dizendo que a bolsa havia rompido.
Corri e em quinze minutos cheguei a casa e mais quinze no hospital.
Pedro nasceu eu era pai.
Olhei para aquela carinha e disse a mim mesmo que eu seria o amigo e o pai que eu nunca tive.
Pedro foi crescendo, e aquela promessa foi ficando pelo tempo afora.
Eu me ocupava mais e mais com o serviço, e quase não tinha tempo mais de ficar em casa ou sair com ele.
Eu estava obcecado com o trabalho, meu casamento já não tinha mais graça, eu não conseguia ver na minha companheira a mulher atraente e amorosa de antes.
Reclamávamos de tudo quando raramente ficávamos juntos, e para compensar nosso desequilíbrio, dávamos de tudo a Pedro, sem cogitarmos se ele estava bem, ou o que estava passando em sua cabeça.
Cada dia Pedro tinha um comportamento rebelde na escola, agressivo com os colegas, preguiçoso para as tarefas escolares e respondão conosco.
Um dia ele já contava com quatorze anos, como era de costume, dávamos a ele dinheiro e não perguntávamos o que fazia, simplesmente dávamos.
Pedro saiu e não voltou.
Ficamos malucos, andamos a noite toda a procura dele, acionamos a policia e nada...
Três dias de muito sofrimento, até alguém ligar e dizer que havia visto Pedro no meio de alguns garotos usando craque.
Quase morremos juntos de tamanha surpresa. Por que Pedro, ele tinha tudo?
Filho único, nada lhe faltava...
Resolvemos não falar nada naquele dia, pois estávamos os dois cansados e apreensivos, e com calma iríamos conversar mais tarde.
Mas naquela noite, depois que Pedro e minha esposa foram dormir, senti necessidade de falar com Deus.
Não sei quanto tempo fiquei ali, mas de repente vi em minha frente uma tela que se abriu e lá me vi, com Pedro nos braços no dia do seu nascimento fazendo um juramento e agradecendo por ser pai.
Compreendi então, o que Deus quis mostrar-me, a minha presença era mais importante que os presentes e a minha ausência.
Pedro precisava da minha presença, do meu apoio, da minha autoridade, do meu exemplo e da minha orientação religiosa.
Havia negligenciado essa parte, nunca falei a ele sobre Deus, como eu iria repreendê-lo sem antes entender que sua conduta, seu comportamento estava diretamente ligado a meu exemplo... Eu era ausente, era a causa primaria de seu desajuste.
Agradeci sensibilizado o aviso salutar e resolvi em meu coração a mudar, ser o exemplo e o orgulho para meu filho como pai e marido.