SAFIRA, UMA ESTRELA QUE BRILHA !

A Safira que dá o brilho à luz dos que criaram esta comunidade, é uma estrela que Deus doou a um povoado pequenino, longe do desenvolvimento, longe do progresso, carente de tudo, como em geral ocorre em aglomerados nascentes, e, ainda mais, num de um estado pobre e numa região igualmente sem muito o que oferecer aos que nela habitavam.

Seu inicio de vida foi igual à vida de todas as meninas de sua época. Infância de menina, não se misturava com a dos meninos. Menina de sua época brincava de boneca-de-pano, feita com sobras das roupas costuradas pelas mães. Bonecas que muitas vezes eram também feitas pelas amigas de mais idade e algumas compradas nas feiras. Ter uma boneca representava muito para as meninas que já iniciavam a vida incorporando, sem saber, o espírito maternal, o gostar de criança. Colocar a boneca no colo, acalentar esse brinquedo, representar o papel de mãe, chorar como criança para, em seguida, oferecer-lhe um "mimo", e lhe calar o choro, foi uma das primeiras brincadeiras de que participou a menina Safira. À época em que Safira veio ao mundo, era comum as meninas serem iniciadas na missão maternal por esse processo natural, simples, sadio e de grande importância nas relações familiares. É, portanto, o batismo de Safira no caminho da vida que deveria seguir, pois às mulheres reservava-se o trabalho maternal, a procriação era a sua missão, o cuidar do lar, dos filhos. E o batismo vinha por um processo natural, pela forma de brincar, com o brinquedo que lhe era oferecido, uma boneca-de-pano, que seria mimada, alimentada pelo seu puro imaginário de mãezinha carinhosa, presente, alimento e remédio para todos os males que a sua bonequinha de pano, a sua “filhinha” viesse a ser acometida. Veja-se que Safira nasceu no ano de 1929, mais precisamente no dia 21 de abril daquele ano, de parto normal, como assim acontecia em todos os nascimentos, pois não existiam médicos ou quaisquer meios científicos que pudessem ajudar nos trabalhos de parto. Assim começou a sua "constelação". Zequinha 18/01/2010