HOMENAGEM PARA MEUS MESTRES QUERIDOS: PABLO NERUDA E MARIO QUINTANA
QUE ANIVERSARIARAM (IN MEMORIAM) MES DE JULHO
NERUDA 12/07 - QUINTANA 30/07
Pablo Neruda
Parral, Chile
12/07/1904 – 23/09/1973
Prêmio: Nobel de Literatura
Pablo Neruda foi um poeta chileno, bem como um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha e no México.
Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).
Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo. De acordo com Isabel Allende, em seu livro Paula, Neruda teria morrido de "tristeza" em setembro de 1973, ao ver dissolvido o governo de Allende. A versão do regime militar do ditador Augusto Pinochet.
>ADENDO:
>FIZ POEMAS, SEGUINDO MEUS MESTRES, NUNCA ME COMPARANDO, APENAS PORQUE DE TANTO OS LER, SINTO-ME INTIMA PARA TAL ATO.
>>>>>>>>>>>>>>>
Talvez
Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
Pablo Neruda
>>>>>>>>>>>>>>>
Querer
Tempo propício
Colho o mel da sua boca
Do seu tronco extraio a seiva
Dos seus olhos apanho olhares
Definitivos de seu interior
Ora acordo
De minhas andanças por entre mundos
Real... Fantasia...
Difícil descobrir
A raiz de tantas descobertas
Longos períodos... Você!
Sou eu, que escrevo teu nome
Com letras de fogo entre as estrelas
Vem o arrepio
Que percorre a mente
Meu álibi
Conecta-se com seu sorriso
Sinto o frio cortante
Do arrepio varrendo
O calor de meu corpo
Desconheço a dor
Camuflada de desejos
Que pulsa aos pedaços
Convidando ao arrepio
Você me encanta
Me sacia
Me nutre
A rosa do amanhã terá a cor púrpura
Cor da saciedade
Vivo só de você!
Luamor
-------------------------------------------------------
Mario de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
Mario Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal. Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira,
“Não ter sido um dos imortais da Academia Brasileira de Letras é algo que até mesmo revolta a maioria dos fãs do grande escritor, a meu ver, títulos são apenas títulos, e acredito que o maior de todos os reconhecimentos ele recebeu: o carinho e o amor do povo brasileiro por sua poesia e pelo grande poeta e ser humano que ele foi... "Luis Fernando Veríssimo
Preso à sua querida Porto Alegre, mesmo assim Quintana fez excelentes amigos entre os grandes intelectuais da época. Seus trabalhos eram elogiados por Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Cecília Meireles e João Cabral de Melo Neto, além de Manuel Bandeira. O fato de não ter ocupado uma vaga na Academia Brasileira de Letras só fez aguçar seu conhecido humor e sarcasmo. Perdida a terceira indicação para aquele sodalício, compôs o conhecido
Poeminha do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
(Prosa e Verso, 1978)
>>>>>>>>>>>>>>>
DA OBSERVAÇÃO
Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...
Mario Quintana
DO PENSAMENTO
Não me importa o que vocês pensem de mim...
Cada um pensa o que quer mesmo.
Se me envias bem o terás de volta, se mal,
Sorrio e saio voando qual borboleta.
Eu sei o que sou e isso me basta...
Luamor
QUE ANIVERSARIARAM (IN MEMORIAM) MES DE JULHO
NERUDA 12/07 - QUINTANA 30/07
Pablo Neruda
Parral, Chile
12/07/1904 – 23/09/1973
Prêmio: Nobel de Literatura
Pablo Neruda foi um poeta chileno, bem como um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha e no México.
Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).
Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo. De acordo com Isabel Allende, em seu livro Paula, Neruda teria morrido de "tristeza" em setembro de 1973, ao ver dissolvido o governo de Allende. A versão do regime militar do ditador Augusto Pinochet.
>ADENDO:
>FIZ POEMAS, SEGUINDO MEUS MESTRES, NUNCA ME COMPARANDO, APENAS PORQUE DE TANTO OS LER, SINTO-ME INTIMA PARA TAL ATO.
>>>>>>>>>>>>>>>
Talvez
Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
Pablo Neruda
>>>>>>>>>>>>>>>
Querer
Tempo propício
Colho o mel da sua boca
Do seu tronco extraio a seiva
Dos seus olhos apanho olhares
Definitivos de seu interior
Ora acordo
De minhas andanças por entre mundos
Real... Fantasia...
Difícil descobrir
A raiz de tantas descobertas
Longos períodos... Você!
Sou eu, que escrevo teu nome
Com letras de fogo entre as estrelas
Vem o arrepio
Que percorre a mente
Meu álibi
Conecta-se com seu sorriso
Sinto o frio cortante
Do arrepio varrendo
O calor de meu corpo
Desconheço a dor
Camuflada de desejos
Que pulsa aos pedaços
Convidando ao arrepio
Você me encanta
Me sacia
Me nutre
A rosa do amanhã terá a cor púrpura
Cor da saciedade
Vivo só de você!
Luamor
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Mario de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
Mario Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal. Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira,
“Não ter sido um dos imortais da Academia Brasileira de Letras é algo que até mesmo revolta a maioria dos fãs do grande escritor, a meu ver, títulos são apenas títulos, e acredito que o maior de todos os reconhecimentos ele recebeu: o carinho e o amor do povo brasileiro por sua poesia e pelo grande poeta e ser humano que ele foi... "Luis Fernando Veríssimo
Preso à sua querida Porto Alegre, mesmo assim Quintana fez excelentes amigos entre os grandes intelectuais da época. Seus trabalhos eram elogiados por Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Cecília Meireles e João Cabral de Melo Neto, além de Manuel Bandeira. O fato de não ter ocupado uma vaga na Academia Brasileira de Letras só fez aguçar seu conhecido humor e sarcasmo. Perdida a terceira indicação para aquele sodalício, compôs o conhecido
Poeminha do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
(Prosa e Verso, 1978)
>>>>>>>>>>>>>>>
DA OBSERVAÇÃO
Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...
Mario Quintana
DO PENSAMENTO
Não me importa o que vocês pensem de mim...
Cada um pensa o que quer mesmo.
Se me envias bem o terás de volta, se mal,
Sorrio e saio voando qual borboleta.
Eu sei o que sou e isso me basta...
Luamor