Pelas revelações casuais em seus escritos, ela se encontra bem resolvida nos negócios, nas finanças, em sociedade, no amor; triunfante, bailando em felicidade... Enfim não depende da Literatura para viver, nem para fingir ventura.
Paradoxalmente, todavia, depende da Literatura para sobreviver.
Por quê?
Porque ela se projeta como uma oficina producional, escrevendo muito, partindo dos fatos e experiências para a criação artística, administrando com talento o sorriso da comédia, a surpresa do drama e a perplexidade da tragédia disponíveis no mundo.
Paradoxalmente, todavia, depende da Literatura para sobreviver.
Por quê?
Porque ela se projeta como uma oficina producional, escrevendo muito, partindo dos fatos e experiências para a criação artística, administrando com talento o sorriso da comédia, a surpresa do drama e a perplexidade da tragédia disponíveis no mundo.
Leitor comum, apenas interpretei mais de mil páginas suas, onde ela vai do Olimpo ao Hades, da Terra ao Infinito, das montanhas aos mares, das Novas Iorques aos Saaras, expondo-se valente, honesta e dignamente.
Se ou quando porém cessar a inspiração (ou ela pensar que cessou!), Lady submergirá, sucumbirá, fenecerá. Despedir-se-á desta existência que tanto abomina e (inconscientemente) tanto ama.
Cérberus uivará. Caronte exultará. E anunciarão em seus dialetos tenebrosos: "A Princesa das Trevas chegou! Ei-la, rainha Perséfone, a sua dama de companhia!"
*** *** *** *** *** *** *** ***
Quem ama, protege – até literariamente. Lady se envolve com desmedida intensidade com seu bem, celebra-o, risonha, corpo ofertado em delírio, alma feliz de criança - intimidades...
Se ou quando porém cessar a inspiração (ou ela pensar que cessou!), Lady submergirá, sucumbirá, fenecerá. Despedir-se-á desta existência que tanto abomina e (inconscientemente) tanto ama.
Cérberus uivará. Caronte exultará. E anunciarão em seus dialetos tenebrosos: "A Princesa das Trevas chegou! Ei-la, rainha Perséfone, a sua dama de companhia!"
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Quem ama, protege – até literariamente. Lady se envolve com desmedida intensidade com seu bem, celebra-o, risonha, corpo ofertado em delírio, alma feliz de criança - intimidades...
Só que quando, computador e canções a tiracolo, inicia a jornada aos seus subterrâneos tétricos, míticos, fabulosos, ao encontro das Moiras, das Fúrias, de Cérberus e dos Portões do Nunca, escoltada por nuvens de corvos, bandos de gárgulas e legiões inteiras de arghs!/rêmoras/losnas, cessa a sucessão de louvores – protegendo-o calada. E prossegue a peregrinação solene, em silêncio, sombras afora, escoltada pari passu pela Dama da Foice e a Dama da Foice...
Seus versos, esconderijo do amado.
Percebe-se nela certas atitudes de mãe virtual. Uma maternidade sub rosa(*), adivinhada só pelos que, como eu, vivenciaram essa obra.
Obra já publicada e deletada várias vezes. E, para complicar a fortuna crítica dos seus escritos, Lady recusa leitores e comentários, dificultando suas tarefas naturais... Essa indecisão só tumultua as coisas, dificultando projeções e opiniões da massa, que é quem consagra um escritor. (Afinal, o que ela pretende?!)
Alguém precisa convencê-la a publicar um livro!
Por quê ela preferiu os Infernos para habitar, apesar dos apelos celestiais? Lady é burra? Louca? Pecadora? - Não, nem burra, nem louca nem devassa. Ela é simplesmente lúcida, lógica, coerente. Pois se tanto Céu quanto Inferno são ficções mentais, limites morais, por quê ela escolheria a ficção mais bonita? Por acaso não possui ela o direito de optar entre essas duas invenções da alma humana?
- Possui. Então, escolheu as chamas inapagáveis, as garras da amargura e as patas da aberração ao coro angélico, às imagens imaculadas, às miríades de "Alô, bem-vinda!", exercendo sua autonomia literária. Qual o problema?
Percebe-se nela certas atitudes de mãe virtual. Uma maternidade sub rosa(*), adivinhada só pelos que, como eu, vivenciaram essa obra.
Obra já publicada e deletada várias vezes. E, para complicar a fortuna crítica dos seus escritos, Lady recusa leitores e comentários, dificultando suas tarefas naturais... Essa indecisão só tumultua as coisas, dificultando projeções e opiniões da massa, que é quem consagra um escritor. (Afinal, o que ela pretende?!)
Alguém precisa convencê-la a publicar um livro!
Por quê ela preferiu os Infernos para habitar, apesar dos apelos celestiais? Lady é burra? Louca? Pecadora? - Não, nem burra, nem louca nem devassa. Ela é simplesmente lúcida, lógica, coerente. Pois se tanto Céu quanto Inferno são ficções mentais, limites morais, por quê ela escolheria a ficção mais bonita? Por acaso não possui ela o direito de optar entre essas duas invenções da alma humana?
- Possui. Então, escolheu as chamas inapagáveis, as garras da amargura e as patas da aberração ao coro angélico, às imagens imaculadas, às miríades de "Alô, bem-vinda!", exercendo sua autonomia literária. Qual o problema?
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Lady, a nossa Augusto dos Anjos de saias. Basta folheá-la um pouco para constatar sua augustianidade. Um presente do Mal. O triunfo da infelicidade. Só derrotas - transfiguradas em textos inquietantes, polissêmicos, ambíguos, pavorosos, cativantes. Originalidade. Textos onde absolutas navegam antíteses,
eufemismos, metáforas, metonímias, paradoxos, personificações...
Sua literatura incomoda. Intriga. Desilude. Caos cruel. Reino místico. Delírio lírico. Desaforo, insulto, ofensa, impacto, abrigo.
Suas produções se assemelham a aleluias perversas, cânticos sórdidos, louvores pérfidos, hosanas tímidos, primícias trágicas, salmos ao contrário, orações anti-Deus.
Alguns termos pescados em cinco poemas do seu blog "Efemérides de Epifania":
Lady, a nossa Augusto dos Anjos de saias. Basta folheá-la um pouco para constatar sua augustianidade. Um presente do Mal. O triunfo da infelicidade. Só derrotas - transfiguradas em textos inquietantes, polissêmicos, ambíguos, pavorosos, cativantes. Originalidade. Textos onde absolutas navegam antíteses,
eufemismos, metáforas, metonímias, paradoxos, personificações...
Sua literatura incomoda. Intriga. Desilude. Caos cruel. Reino místico. Delírio lírico. Desaforo, insulto, ofensa, impacto, abrigo.
Suas produções se assemelham a aleluias perversas, cânticos sórdidos, louvores pérfidos, hosanas tímidos, primícias trágicas, salmos ao contrário, orações anti-Deus.
Alguns termos pescados em cinco poemas do seu blog "Efemérides de Epifania":
adeuses
agouros
agulhas
âncoras
avessa
cadáveres
cais
carcaças
cárceres
células
Cérberus
cinzas
cortes
corvos
decomposição
desertos
destino
escuridão
espinhos
estrangeira
fantasmas
foices
gárgulas
gemidos
infernos
lápides
lenços
maldições
margens
medos
morte
naufrágios
ossos
pacto
penumbra
porões
putrefação
raízes
sepulcros
veias
vermes...
A única alegria se encontra refugiada em poucos e tímidos vocábulos como:
anjos
asas
infância
braços
pássaros
pátria
perfumes
pétalas
primaveras
saudades
sonhos
ventos
e voo.
*** *** *** *** *** *** *** ***
Uma literatura que tenta agarrar vozes e gestos. Uma literatura de condenados para condenados. Uma literatura sem salvação.
Sua sala:
o)O(o LADY LAURA NOTURNA o)O(o
*** *** *** *** *** *** *** ***
Referências válidas:
"Poemas" (Safo - Grécia)
"Poemas" (Safo - Grécia)
(obras diferentes)
Português: linguagens (volumes 1, 2 e 3),
de William Roberto Cereja e Thereza Cochar
Magalhães. 5ª edição. Atual Editora, SP, 2005.
_____________
"A expressão latina sub rosa significa sob a rosa. É usada nos países de língua inglesa para denotar segredo ou confidencialidade."
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sub_rosa)
agouros
agulhas
âncoras
avessa
cadáveres
cais
carcaças
cárceres
células
Cérberus
cinzas
cortes
corvos
decomposição
desertos
destino
escuridão
espinhos
estrangeira
fantasmas
foices
gárgulas
gemidos
infernos
lápides
lenços
maldições
margens
medos
morte
naufrágios
ossos
pacto
penumbra
porões
putrefação
raízes
sepulcros
veias
vermes...
A única alegria se encontra refugiada em poucos e tímidos vocábulos como:
anjos
asas
infância
braços
pássaros
pátria
perfumes
pétalas
primaveras
saudades
sonhos
ventos
e voo.
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Uma literatura que tenta agarrar vozes e gestos. Uma literatura de condenados para condenados. Uma literatura sem salvação.
Sua sala:
o)O(o LADY LAURA NOTURNA o)O(o
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Referências válidas:
"Poemas" (Safo - Grécia)
"Poemas" (Safo - Grécia)
(obras diferentes)
Português: linguagens (volumes 1, 2 e 3),
de William Roberto Cereja e Thereza Cochar
Magalhães. 5ª edição. Atual Editora, SP, 2005.
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"A expressão latina sub rosa significa sob a rosa. É usada nos países de língua inglesa para denotar segredo ou confidencialidade."
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sub_rosa)