A luz de nossa árvore
...Então existe uma luzinha na árvore de natal que é a mais bonita, brilha forte, intensa, mas as vezes pisca diferente, alterna o brilho...
Fazemos tudo na medida do possível... Mas quanto mede o nosso possível? E eu posso me orgulhar de conhecer pessoas que levam este possível bem além. Uma destas pessoas é você, que acredite: exerceu uma influência imensa em minha vida.
Me lembro do primeiro dia de aula, do primeiro período, em que abriu a porta da sala dando as boas vindas e com este sorriso largo de céu estrelado. Até que o quarto período chegou e o temor da tão falada Denise Sapelli estava bem pertinho de nós. E eu tinha testemunhas, ex alunos, inclusive que desistiram do curso por causa dela... Mas aos poucos o temor foi se transformando em compreensão por um dos métodos mais eficientes e transformadores de ensinar.
E claro, os sentimentos e sentidos negativos renovaram-se e hoje são admiração. A todos dos períodos anteriores que perguntavam, ou que simplesmente dá vontade de contar, eu falo: Vocês terão aula com a Denise. Pensa num conteúdo chato, difícil, mas que ela passa com leveza, você consegue compreender na maneira que ela fala, e ainda se deixar ri a aula toda porque ela é muito engraçada.
Desde o ensino fundamental tenho vontade de ser professor, mas universitário. Isso claro, além de escrever livros das mais loucas histórias, atuar e trabalhar com as bases da comunicação. E dois professores me fizeram ter certeza de que quero isso: Sandro e Denise. Verdadeiros mestres (sem falar no mestrado), mais do que professores, amigos, parceiros da turma. E por mais que o assunto seja cheio de tabus, complicadíssimo, eles falam como se resumissem um conto infantil, e você entende. Sem medo de mostrar a vida pessoal, passar de verdade os conhecimentos, que se adapta ao mais alto escalão ou a mais baixa estirpe... Dá pra sentir viver de verdade cada momento.
E a eternidade acompanhará em um montão de pensamentos e acontecimentos: O personagem morto que chama no palco e aos pés faz declaração de amor com música podre em frente ao publico da semana de PeP. Na outra semana de PeP quando gritam seu nome e aplaudem matando-a de vergonha. Na coreografia de “Cyndi Lauper” na última aula. Das aulas comemorações ao final de tudo com o que há de melhor: salgadinhos e besteiras, Sukita, paçoca e pastéis de sabor surpresa. Dançar dois pra lá dois pra cá naquele ritmo de saudade e ver gnomos no teto. Liga o ar, desliga o ar. O GRP enormeeeeeeeee. Filme eróticos e os gemidos do canal a cabo. A parada para foto mode Beatles durante a visita técnica. A dinâmica dos bichos na primeira aula. As caras e bocas que rendem piadas e mais risadas e fazem ver que vale a pena, que apesar de tudo só depende de nós. As aulas que nos faziam pensar e pensar “planejar” e defender tudo que viesse a nossa frente. A melhor enfermeira quando alunos passam mal durante suas provas. O amigo secreto de livros. As palavras de respeito e caráter que nos fazem entender porque estamos ali. As dicas culturais, existenciais!
E você simplesmente vai estar sempre nas melhores lembranças e melhores exemplos. Sempre que precisar, quero poder contar com estas palavras que vagam e acham o caminho certo (porque o caminho certo também é errar). Você: Isso é ser professor, isso é ser humano. E então eu sei que existem pessoas que te ensinam algo, e pessoas que te despertam a vontade de aprender.
E é como a luzinha na arvore de natal... Brilha intensa, mas alterna, muda, as vezes falha: se diferencia das demais.E é dela que nos lembraremos dentre todas as luzinhas, porque por mais que não programado, fez diversas coisas que as outras não fizeram, e mesmo com seu defeito e sendo só uma luzinha, nos fez ver todo seu conteúdo e mexeu com a árvore toda.
Obrigado por tudo, por ser nossa luzinha Denise, até a próxima!
Douglas Tedesco – julho 2013