Potengi 15 A nova ponte
De repente concreto reveste aço
Caminha montanha polida, lisa, suave...
Sobre o pequeno grande rio cruza a nave
Num fundamento horizontal. Esquece arco.
Por um momento a ponte nova engole a velha
O homem caminha o trem passa de vão e lances
O homem caminha o carro passa tem pressa
O homem pesca a ponte passa em voo rasante
Cinza, liso o concreto embeleza sem arrestas.
Não há sombras nem excessos, lindo, belo e seco.
A nova ponte cruza o rio em autoestrada.
Nela a cerâmica da cal não expõe o aço
Não há tempo pra poemas nem arcos. Nada.
Não há a fragilidade do voo de vão sem asa
Apenas a firmeza e dureza da rocha em brasa
Até a plena consciência de autoestrada.