660) Ao Poeta
O Poeta é esse ser
Que se sacia diante da rima
Que trata a melancolia
Como companhia errante.
Brinca com a poesia
Num flerte pagante.
Que se deixa,
E desprende seu ser
A cada verso pronto,
Feito, exposto, talhado.
E mesmo em dias afoitos,
Inadvertidamente,
A prova desejada,
O seu aceite.
Que o envolva, englobe,
E lhe entorpeça o ente.
Que seja a poesia
Sua derradeira amante,
No desplante do ser
E por ser somente
Poeta e concomitante...
Cris Amaral