HOMENAGEM PÓSTUMA
Marta Maria
Marta Maria se foi, se foi Maria de Marta, a Peixoto conhecida, destemida, na vida posta para brilhar, predisposta ao amor, amizade para amar, virou mar, ondeando sobre as ondas, não mais líquido amniótico do ventre materno, agora nas águas salgadas e límpidas da mãe natureza Marta Maria foi morar. Que saudades nobre companheira dos dias saudosos em que você se juntava a todos nós e dividíamos os dias em aeronaves e vôos colossais! Muita saudade, muita lembrança vem à tona agora, nesta hora em que você parte para nunca mais voltar. A notícia foi triste, imediata, exata, afinal a internet encurta distâncias e juntos estamos, em pensamento, seu corpo inerte velando, uma cruz posta diante de todos nos lembrando que esta vida que parte, se reparte, vira tempo, vira fogo, vira ar, vira terra, vira água, água do mar perfeita através da alquimia interior onde o sofrimento ensina, através da dor, que somos mais, muito mais do que meros mortais, somos mais, muito mais... Diante do corpo em câmara ardente, uma vela arde, simbolizando um final de caminhada, uma luz que alumia a escuridão deste sono eterno, neste escuro perfeito, você encontrará a verdade e a verdadeira paz.
Maravilhados descobrimos que somos um grão de areia, lama somos e deste lodaçal que nos envolve, projetados somos nós ao infinito de Deus, viramos estrela, fazemos parte deste Deus maravilhoso, deste universo em construção. Daí, concluímos que fazemos parte da lama como fazemos parte das estrelas, afinal, viemos da estrela, viramos estrela e retornaremos à estrela. É este o caminho que lhe é oferecido agora, minha amiga! Agora, amiga minha, amiga de todos nós da Cruzeiro, você respira eternidade, você está sendo motivo de inspiração para mim que a pranteio com profunda emoção e escrevo palavras extraídas do funda da alma para exaltar a vida que você viveu entre nós, onde cada minuto era motivo de alegria, de felicidade e facilidade para conquistar o ideal de fraternidade.
Tão longe você foi morrer, Miami, tão distante de nós que, impossibilitados de levá-la até à sua última morada, uma ponte ou uma escada podemos lhe oferecer através de preces, muitas preces, uma missa talvez, em sufrágio de sua alma, minha querida linda Marta, a Maria de todos nós.
Descansa em paz e ATÉ DEUS.